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FISCALIZAÇÃO
CONSTATA
DESMATAMENTO NO SUL DA BAHIA
Panorama Ambiental
Eunápolis (BA) - Brasil
Setembro de 2003
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Os mais importantes
remanescentes de Mata Atlântica do Sul da
Bahia ainda não protegidos em unidades de
conservação sofrem hoje grave ameaça
com a expansão da pecuária. Nessas
regiões é visível o aumento
de desmatamentos ilegais, principalmente devido
a chegada de novos pecuaristas que venderam suas
terras em outras regiões para empresas de
celulose e outros interessados na produção
do eucalipto. Esta é a principal constatação
do relatório da operação de
fiscalização Mata Viva, encerrado
nesta semana pela Gerência Executiva do Ibama
em Eunápolis.
Durante 8 dias, 4 equipes de fiscalização
percorreram cerca de 10 mil quilômetros no
Sul e Extremo Sul da Bahia com o principal objetivo
de monitorar e fiscalizar denúncias de desmatamentos
em formações de Mata Atlântica.
A operação priorizou três áreas
onde estão localizados os mais expressivos
remanescentes florestais e que sofrem hoje forte
pressão.
A primeira está localizada em um polígono
que abrange os municípios de Mascote, Canavieiras,
Camacan, Pau Brasil e Santa Luzia. Parte da região
coincide com grandes áreas de cultivo de
cacau, que foi inicialmente plantado em consórcio
com espécies nativas da Mata Atlântica.
A segunda fica um pouco mais ao sul entre os municípios
de Santa Cruz de Cabrália, Belmonte e Barrolândia
e é atualmente objeto de estudo para a criação
de um Parque Nacional. A terceira área priorizada,
onde também é analisada a criação
de unidade de conservação pelo Governo
Federal, fica no Extremo Sul da Bahia, entre os
municípios de Itamarajú e o distrito
de Nova Alegria, na região serrana conhecida
como Serra de Itamarajú.
Essas três áreas concentram os maiores
remanescentes de Mata Atlântica ainda não
protegidos por unidades de conservação
e são extremamente importantes para a formação
de um corredor ecológico no Sul da Bahia.
"A manutenção dessa cobertura
vegetal é fundamental para permitir a conexão
entre os vários fragmentos de Mata Atlântica
da região que se encontram cada vez mais
isolados", explica Sérgio Bertoche,
coordenador do Núcleo de Fiscalização
da Gerência Executiva do Ibama em Eunápolis.
Além de concentrar importantes fragmentos
de Mata Atlântica, essas áreas também
registram o maior número de denúncias
de desmatamentos no Sul e Extremo Sul da Bahia.
"Principalmente pela chegada de novos pecuaristas
na região, que venderam suas terras a altos
preços para interessados no cultivo de eucalipto,
adquiriram terras com cobertura vegetal a preços
bem menores e agora partem para o desmatamento ilegal",
explica Sérgio Ramos, chefe do Escritório
do Ibama em Ilhéus.
Durante a operação, as equipes de
fiscalização do Ibama lavraram 30
autos de infração, no valor total
de R$ 519 mil. Só nos municípios de
Canavieiras, Santa Luzia e Camacan foram multados
18 proprietários de terra e apreendidos quatro
caminhões carregados com 70 metros cúbicos
de madeira extraída ilegalmente, além
de um trator e oito moto-serras.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa