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EXPANSÃO
URBANA AMEAÇA O SAUIM-DE-COLEIRA
EM MANAUS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2004
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Os especialistas
que trabalham pela conservação do
sauim-de-coleira (Saguinus bicolor) querem que as
matas de galeria dos igarapés que cortam
Manaus sejam mantidas para servirem de corredores
ecológicos entre os fragmentos de mata remanescentes
para o primata. Na opinião dos estudiosos,
essas matas não podem ser destruídas
para atender ao desenvolvimento urbano de Manaus.
Até agora, já foram catalogados 71
remanescentes de mata nativa nos quais foram registrados
grupos de sauins-de-coleira no perímetro
urbano da cidade.
O plano de urbanização do município
prevê a criação de vias marginais
aos cursos d’água que podem representar mais
ameaça aos sauins-de-coleira. O alerta é
do grupo de trabalho criado pelo Ibama reunido na
semana passada para discutir forma de proteger os
primatas.
A espécie existe apenas nas imediações
da capital do Amazonas, nos fragmentos de floresta
que ainda não foram tomados pela expansão
urbana. O crescimento da cidade sem levar em conta
os sauins-de-coleira é a principal ameaça
a esses animais. Na lista das espécies da
fauna brasileira ameaçadas de extinção,
o sauim é tido como criticamente em perigo
devido à destruição do seu
habitat natural.
O Saguinus bicolor pertence à família
dos primatas neotropicais de tamanho pequeno. Sua
população estende-se a leste Manaus
até o município de Itacoatiara e a
cerca de 40 quilômetros ao norte da capital
amazonense. As informações disponíveis
indicam que o primata se alimenta de insetos, frutos
e gomas das árvores.
Devido a sua ocorrência restrita à
zona urbana de Manaus, os especialistas sugeriram
que o nome popular do saium-de-coleira seja alterado
para sauim-manauara ou sauim-de-Manaus. A mudança,
acreditam, ajudaria a população local
a se identificar com a espécie, orgulhando-se
do fato de o sauim existir somente naquele lugar
do mundo.
Os estudiosos esperam que a transformação
dessa espécie como bandeira de conservação
também poderá torná-la mais
conhecida pela população. A educação
ambiental poderá envolver os moradores de
Manaus nos projetos de conservação
da espécie, acreditam os pesquisadores.
Fonte: Ibama/Ascom (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa