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IBAMA –
15 ANOS CUIDANDO DO BRASIL
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2004
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Com apenas 15 anos,
completados em 22 de fevereiro, o Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
se consolidou como uma das grandes marcas de credibilidade
do país. “O Ibama é a face pública
do Ministério do Meio Ambiente e da política
ambiental brasileira” reconheceu a ministra Marina
Silva ao empossar o pesquisador Marcus Barros na
presidência do órgão no início
deste governo.
Desde então, Barros vem trabalhando em parceria
com a sociedade para reduzir a degradação
do meio ambiente e direcionar as ações
do Ibama em instrumentos de inclusão social,
de combate à fome e de melhoria da qualidade
de vida e dos serviços prestados à
população. “A degradação
limita as formas sustentáveis para a sobrevivência
e é uma das causas da fome”, sustentou em
seu discurso de posse.
Criado em 1989 pela fusão de quatro órgãos
ambientais: Secretaria do Meio Ambiente – Sema;
Superintendência da Borracha - Sudhevea; Superintendência
da Pesca – Sudepe; e, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento
Florestal – IBDF, o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
– Ibama, ganhou um enorme peso estratégico
para o país com a criação do
Ministério do Meio Ambiente, três anos
depois.
Apesar do reconhecimento da importância dos
recursos ambientais brasileiros remontar ao descobrimento
do país, o conceito e a gestão do
meio ambiente são tão novos quanto
o Ibama. Foi a Constituição Cidadã,
aprovada em 1988, que respaldou o instituto para
dividir com a sociedade a responsabilidade pela
preservação e conservação
da natureza.
Essa divisão de responsabilidade tem agora
o diferencial da transversalidade entre os órgãos
do próprio governo e a inclusão social
da população exigidos pelo Presidente
Lula. “As parcerias e o diálogo à
exaustão, inclusive com os madeireiros, são
fundamentais para cumprirmos o desafio maior que
é conciliar o desenvolvimento nacional com
a preservação do meio ambiente”, declarou
Marcus Barros.
Os 5.800 servidores do Ibama também têm
o que comemorar nos 15 anos da Instituição.
Eles foram reenquadrados no final do ano passado
na recém-criada carreira de Especialista
em Meio Ambiente que proporcionou um reajuste salarial
médio de 30 % a 50 %. O Ibama ainda ganhou
um reforço de 747 servidores com a realização
do primeiro concurso público em 2002. Eles
foram contratados para atuar prioritariamente na
região Amazônica no combate à
degradação ambiental e na fiscalização
aos desmatamentos e às queimadas. Novo concurso
para o preenchimento de 500 novas vagas está
programado para o final do semestre.
Mesmo assim, continuará deficitário
o quadro funcional, especialmente dos 1.700 agentes
ambientais responsáveis pela fiscalização
de um país com a dimensão continental
do Brasil, detentor de uma das maiores biodiversidades
do planeta, da segunda maior área florestal
e da quinta parte de toda a água doce disponível
no mundo.
Para adaptar-se à moderna gestão ambiental
compartilhada, a estrutura do Ibama vem passando
por uma completa modernização e informatização.
A meta é priorizar a agenda pró-ativa,
antecipando-se aos problemas para reduzir as degradações
ambientais. Para tanto, o Ibama está desburocratizando,
agilizando e fortalecendo suas ações
nas pontas do sistema e dividindo efetivamente com
a sociedade, por meio de órgãos colegiados
representativos da comunidade, a responsabilidade
pela melhoria do atendimento aos usuários
de produtos e de serviços ambientais e a
sustentabilidade do meio ambiente.
Prova disso são as Câmaras Técnicas
regionais e locais que deverão atuar nas
37 gerências executivas, nos 139 escritórios
regionais e nos 20 centros especializados do Ibama
como intermediárias dos cidadãos na
gestão dos recursos ambientais dos sete biomas
brasileiros: Amazônico, Caatinga, Mata Atlântica,
Campos Sulinos, Cerrado, Zonas Costeiras e Pantanal,
detentores das maiores e raras biodiversidades do
planeta.
Dessa forma o Ibama vem conscientizando a população
para o uso sustentável dos recursos naturais
e criando oportunidades de negócios rentáveis
não só para as populações
tradicionais que habitam as florestas nacionais.
É o que prevê o Programa Nacional de
Florestas aprovado dia 05 de fevereiro deste ano
pelo presidente Lula como forma de barrar a derrubada
desordenada das matas nativas que cobrem 18,5 milhões
de hectares.
Nessa linha, a prioridade absoluta do Ibama é
o manejo sustentável com ênfase para
o manejo comunitário – para demonstrar a
viabilidade econômica, social e ambiental
da exploração e do uso dos produtos
e dos subprodutos florestais em bases sustentáveis.
O manejo também deve regular as atividades
desenvolvidas nas Unidades de Conservação
de uso sustentável, como os parques nacionais,
as florestas públicas e as reservas extrativistas,
onde vem crescendo atividades rentáveis,
como o ecoturismo.
O Ibama, através do Laboratório de
Produtos Florestais – um reconhecido centro de excelência,
também estuda formas de utilizar as cerca
de 50 milhões de toneladas de resíduos
de madeira produzidas anualmente no país,
causa de sérios problemas ambientais. Desde
o ano passado, pesquisadores do LPF colocam à
disposição do empresariado e do governo
tecnologias desenvolvidas ao longo de três
décadas para agregar valor à madeira,
evitar desperdícios e a derrubada de árvores,
além de incentivar o uso de centenas de espécies
alternativas de alta qualidade.
A criação, em 2002, do Núcleo
Nacional para Conservação, Proteção
e Manejo Sustentável das Plantas Medicinais
e Ornamentais Brasileiros, é o primeiro passo
do Ibama para combater a biopirataria, mapear, identificar,
pesquisar e monitorar a exploração
sustentável das 300 espécies conhecidas
que não representam nem dez por cento do
potencial brasileiro. O núcleo também
orienta as populações tradicionais
para a conservação e o uso adequado
das espécies.
Desde sua criação, o Ibama quintuplicou
a proteção ambiental do território
brasileiro. Há 15 anos, apenas 1,49 % do
país eram protegidos por Unidades de Conservação
(UC). Hoje, as 652 UCs, incluindo as 403 Reservas
Particulares do Patrimônio Natural (RPPN)
federais, que geralmente se sobrepõem às
outras categorias, cobrem 6,35 % do país.
São 403 RPPNs federais; 52 Parques Nacionais;
29 Estações Ecológicas; 26
Reservas Biológicas; 02 Reservas Ecológicas;
29 Áreas de Proteção Ambiental;
64 Florestas Nacionais; e, 31 Reservas Extrativistas.
Há três anos foram criadas outras duas
categorias de UC: Refúgio de Vida Silvestre
(01); e, Área de Relevante Interesse Ecológico
(17).
Símbolo de inclusão social, as 31
Reservas Extrativistas proporcionam sobrevivência
a cerca de 50 mil famílias tradicionais que
se mantém com os recursos naturais renováveis
produzidos em seu interior. Setenta e cinco por
cento delas estão na Amazônia protegendo
as populações ribeirinhas e os povos
das florestas.
Para proteger o rico patrimônio espeleológico
brasileiro, o Ibama criou há cinco anos o
Centro Nacional de Manejo e Conservação
das Cavernas (CECAV). O mapeamento, porém,
não atingiu nem 10% do potencial do país,
onde as grutas conhecidas vem despertando o interesse
internacional.
No setor de conservação da fauna e
dos recursos pesqueiros, merecem destaque: a publicação
da nova lista das espécies ameaçadas
em 2003; a ampliação das espécies
protegidas; a reintrodução de animais
ameaçados ao habitat natural, como peixes-bois
e tartarugas marinhas; a revisão da legislação
e a implantação de sistemas de controle
de animais e de aves, a exemplo do Sispass – para
a criação de passarinhos. A criação
do Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca
Amadora também promete colocar o Brasil na
liderança desse poderoso e milionário
mercado.
Pelo texto da lei de biossegurança aprovada
pela Câmara Federal semana passada, o Ibama
poderá requerer o Relatório de Impacto
Ambiental também do plantio de sementes geneticamente
modificadas se considerar prejudicial ao meio ambiente
o comércio do transgênico. A construção
de qualquer empreendimento está subordinada
à aprovação, pelo Ibama, dos
estudos de impacto ambiental.
O controle e a fiscalização do meio
ambiente, principalmente das queimadas e dos desmatamentos,
ganharam poderoso aliado em 2002 com a criação
do Sistema de Proteção da Amazônia
– SIPAM. Conhecido como o “olho eletrônico
da floresta” o sistema permite monitorar em tempo
real os 5,2 milhões de quilômetros
quadrados da região e alertar o Ibama aos
primeiros indícios de delitos ambientais
(focos de incêndio, invasão das unidades
de conservação, tráficos da
flora e da fauna, uso predatório do solo,
etc.).
O Ibama também iniciou por Roraima, no final
de 2003, um plano inédito de substituição
da indústria do fogo por outras formas de
preparo do solo para a agricultura e a pecuária.
Coordenado pelo Programa de Prevenção
e Controle de Queimadas e Incêndios Florestais
no Arco do Desflorestamento (ProArco), o plano de
“Gerenciamento Comunitário do Fogo” segue
a tendência mundial bem sucedida de engajamento
da população nas práticas de
prevenção, gestão e sustentabilidade
do meio ambiente.
Também foram grandes os avanços no
Ibama no controle do solo, dos poluentes e dos resíduos
sólidos (agrotóxicos, pneus, pilhas
e baterias), da qualidade do ar e da água.
A metodologia do Programa de Avaliação
de Risco do Uso de Agrotóxicos, única
na América Latina, permitiu, por exemplo,
uma redução de 50 % da dose do princípio
ativo usado no arroz irrigado. E apesar do aumento
significativo da frota de veículos, a implantação
em 1992 do Programa de Controle da Poluição
do Ar por Veículos Automotores – Proconve
– a qualidade do ar melhorou com a redução
obrigatória do nível de poluentes.
Em 12 de fevereiro de 1998, o Ibama finalmente vê
aprovada a Lei de Crimes Ambientais – uma das legislações
de proteção ao meio ambiente mais
modernas do mundo. A sua regulamentação
no ano seguinte fixou em R$ 50 milhões o
valor máxima das multas e encerrou a ineficácia
dos efeitos dos valores cobrados anteriormente sobre
os infratores.
Na área editorial o Ibama também ganhou
projeção. Sua editora, com a mesma
idade, é a principal do país em livros
especializados em meio ambiente. Nos últimos
anos foram publicados cerca de 200 títulos,
muitos com edições esgotadas.
Fonte: Ibama/Ascom (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa