|
DECRETO
INSTITUI PROGRAMA DE GESTÃO COMPARTILHADA
DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
(Ucs) EM SÃO PAULO
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Junho de 2004
|
|
A lei, assinada
hoje (30/6) pelo governador Geraldo Alckmin, permite
que organizações ambientalistas possam
trabalhar nos parques estaduais que já tenham
plano de manejo aprovado e conselhos consultivos
definidos pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC).
O decreto assinado hoje (30/6) pelo governador de
São Paulo, Geraldo Alckmin, foi elaborado
em conjunto pela a Fundação SOS Mata
Atlântica, o Instituto Socioambiental (ISA)
e o Instituto de Pesquisas Ecológicas - IPÊ.
A cerimônia, realizada no Palácio dos
Bandeirantes (SP), contou com a presença
do secretário estadual do Meio Ambiente,
José Goldemberg, do ex-deputado e ambientalista
Fábio Feldmann, de Roberto Klabin, da SOS
Mata Atlântica, de Sergio Leitão, do
ISA, de Marcos Garrido, do IPÊ, e ainda de
representantes de 30 organizações
ambientalistas.
A lei, que disciplina e regula a co-gestão
de parques no estado, é resultado de uma
parceria informal iniciada no final de 2002 pela
Secretaria Estadual de Meio Ambiente, por meio do
Programa de Apoio às ONGs (Proaong) com o
ISA, o IPÊ e a SOS Mata Atlântica, entidades
ambientalistas paulistas, com conhecimento e e experiência
acumulada, além de reconhecimento social
e competência no tratamento de questões
ambientais. As três organizações
aceitaram o convite do secretário José
Goldemberg e iniciaram o debate de um modelo de
gestão compartilhada de unidades de conservação,
já que o governo não tinha recursos
suficientes – humanos e financeiros – para cuidar
das mais de oitenta unidades de conservação
do estado. A possibilidade de estabelecer parcerias
com organizações da sociedade civil
de interesse público (OSCIPs) foi aberta
pelo Decreto nº 4.340, de 2002, que regulamenta
artigos da Lei 9985/00 e instituiu o Sistema Nacional
de Unidades de Conservação (SNUC)
A questão foi amplamente discutida e envolveu
o Instituto Florestal, a Consultoria Jurídica
da Secretaria do Meio Ambiente, a visitação
a parques estaduais e a produção de
dois documentos. Um deles, de autoria de Cláudio
Maretti, discutia modelos possíveis de gestão
compartilhada, abordando aspectos mais conceituais
de como deveria ser construído um modelo
ideal para a realidade brasileira. O outro, de autoria
dos advogados Raul do Valle e Rachel Bidermann,
buscava apontar os fundamentos e os requisitos jurídicos
para a gestão compartilhada.
Esses textos subsidiaram o seminário internacional
Construindo um modelo de co-gestão de Unidades
de Conservação para o Estado de São
Paulopromovido pela Secretaria do Meio Ambiente,
pelo Instituto Florestal e pelas três ONGs,
em maio de 2003. O objetivo era apresentar à
sociedade civil o andamento dos trabalhos e recolher
sugestões que pudessem enriquecer a proposta
de co-gestão.
As contribuições recebidas através
de um endereço eletrônico criado para
este fim, os textos elaborados, as pesquisas, os
debates e as questões levantadas pelos participantes
do seminário foram reunidas e aprofundadas,
daí resultando uma proposta de decreto, entregue
a Goldemberg em junho do ano passado. O decreto
assinado hoje pelo governador Alckmin faz de São
Paulo o primeiro estado brasileiro a abrir espaço
para essa forma de trabalho com entidades ambientalistas
nas Unidades de Conservação, que já
possuem planos de manejo e conselhos consultivos
criados de acordo com o que determina a lei do Sistema
Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC).
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa