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PF JÁ
INTERROGOU 70 GARIMPEIROS E AGORA QUER OUVIR
OS ÍNDIOS ENVOLVIDOS NOS MASSACRES
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Abril de 2004
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Nos últimos
dez dias, cerca de 70 garimpeiros prestaram depoimento
para agentes da Polícia Federal em Rondônia.
A maior parte deles mora em cidades como Espigão
D´Oeste, Pimenta Bueno e Cacoal, municípios
próximos à reserva indígena
Roosevelt.
Durante a semana santa, um confronto entre índios
da etnia Cinta-Larga e garimpeiros deixou 29 mortos
na área. Treze deles foram reconhecidos como
garimpeiros e outros 15 tiveram de ser sepultados,
sem identificação, hoje pela manhã.
De acordo com o representante da PF no estado, Marco
Aurélio Moura, os depoimentos dos 70 garimpeiros
serão úteis na investigação
dos assassinatos e das atividades ilegais praticadas
na região. "Vamos interrogar os índios
também. Mas ainda não há uma
data definida para isso acontecer. Estamos planejando
onde e como será esse interrogatório",
afirma Moura.
Coordenador da Força-Tarefa enviada pelo
governo federal para Rondônia, o delegado
Mauro Spósito conta que o Sindicato dos Garimpeiros
entregou no final de semana uma lista com nomes
dos 12 índios que teriam liderado os assassinatos.
"Estamos com essa lista, mas nossa investigação
não se restringe a ela. A lista, inclusive,
tem vários nomes repetidos", revela
Spósito.
Segundo o delegado, a PF e o Exército continuam
na mata em busca de possíveis novos corpos.
Oito barreiras foram montadas ao redor da reserva.
Cerca de 280 agentes de 23 órgãos
federais diferentes atuam na área neste momento.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Juliana Cézar Nunes