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PROGRAMA
HABITARE MOSTRA CASA POPULAR SUSTENTÁVEL
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Abril de 2004
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Mais um protótipo
construído com recursos do Programa de Tecnologia
de Habitação (Habitare) está
sendo finalizado para demonstrar tecnologias sustentáveis
na moradia popular. Localizada no campus da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre,
a casa de 46 metros quadrados (dois quartos, sala,
cozinha e banheiro) foi planejada levando em conta
conceitos de sustentabilidade e padrão de
qualidade superior ao normalmente encontrado em
habitações populares.
A coordenação do projeto é
do professor Miguel Aloysio Sattler, que desde 1993
vem pesquisando a área de edificações
e comunidades sustentáveis. Para ele, os
componentes da casa criam um novo paradigma para
a habitação popular.
A casa está permitindo o estudo, o projeto
e a aplicação de técnicas construtivas
em que as condições ecológicas
e bioclimáticas são prioridades. Não
deixa de considerar, no entanto, questões
de custo. Em termos de arquitetura bioclimática,
por exemplo, a construção aproveita
estudos de orientação solar e dos
ventos para beneficiar o conforto térmico.
A proposta também inclui soluções
simples, como a utilização de fogão
à lenha para cozinhar e ao mesmo tempo aquecer
o ambiente e a água em dias frios. Além
de buscarem a redução no consumo de
energia, esses diferenciais colaboram para a melhoria
da qualidade da habitação de interesse
social. "As casas populares normais são
incoerentes: elas são um forno no verão
e uma geladeira no inverno. Isso é desumano",
avalia o professor Sattler.
O material escolhido foi o tijolo de cerâmica,
produzido em praticamente todo o Rio Grande do Sul.
"O ideal em uma construção que
busca ser sustentável é a utilização
de materiais locais, que não exijam grandes
distâncias de transporte e que gerem empregos
e renda no local da construção",
explica o professor.
Todas as esquadrias de portas e janelas são
de eucalipto, tratadas com produtos não tóxicos.
Para prevenir o ataque de cupins, foi utilizado
um produto à base de óleos essenciais
extraídos de plantas da Amazônia. Para
proteção contra a umidade, foi usado
óleo de linhaça cozido, cuja eficiência
está sendo estudada em uma tese de doutorado
na UFRGS. O protótipo está sendo equipado
com coletores de água da chuva para utilização
no vaso sanitário e irrigação
do jardim. Um sistema de tratamento de esgotos também
está sendo implantado no próprio local.
Construído com recursos da Financiadora de
Estudos e Projetos (Finep), do Ministério
da Ciência e Tecnologia (MCT), e da Caixa
Econômica Federal, o protótipo foi
iniciado com a importância de R$ 20 mil, boa
parte dos quais foram investidos em mão-de-obra
qualificada – de modo a não comprometer a
função demonstrativa do protótipo.
Em materiais, foram gastos aproximadamente R$ 8,6
mil e outros investimentos continuam sendo feitos,
valor que possibilita a construção
de uma casa de 46 metros quadrados (o que representa
aproximandamente ¼ do CUB, para materiais).
"O que está se proporcionando, a esse
custo, é muito mais do que uma casa. Está
sendo construída uma habitação
mais digna, que abrigue com conforto uma família
de 4 ou 5 pessoas, reduzindo significativamente
os impactos sobre o meio ambiente", ressalta
o professor Sattler.
Fonte: MCT– Ministério
da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa