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FIBRA NATIVA:
PLÁSTICO VEGETAL
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) Brasil
Abril de 2004
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A fibra extraída
de uma planta nativa da Amazônia pode substituir
a fibra de vidro convencional com vantagens ambientais
e econômicas. Esta é a conclusão
de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), que teve início
com o projeto de uma aluna do Instituto de Química
(IQ), Karen Fermoselli, premiada no XI Congresso
Interno de Iniciação Científica
da universidade, realizado em 2003.
“A fibra de curauá (Ananas erectifolius)
tem um custo inferior e densidade menor do que a
fibra de vidro, além de ser obtida por meio
de fontes renováveis e ser biodegradável”,
disse o coordenador da pesquisa e professor do IQ,
Marco Aurélio De Paoli, à Agência
FAPESP.
A fibra de vidro, segundo o pesquisador, demanda
um alto consumo energético para ser produzida,
maior custo e maior agressão ambiental. O
estudo feito em Campinas comprovou que o plástico
reforçado com a fibra de curauá, planta
da família das bromeliáceas, é
mais leve do que o plástico com fibra de
vidro. Por conta disso, peças de automóveis
produzidas com a fibra vegetal, por exemplo, tendem
a ser mais leves, reduzindo o peso total e o consumo
de combustível do veículo.
“A indústria automobilística sempre
buscou substituir materiais resistentes por peças
mais leves. E, neste ponto, nós verificamos
mais um benefício ao meio ambiente, pois
se o carro consumir menos combustível, a
emissão de gases será menor”, disse
De Paoli. Segundo o pesquisador, fabricantes de
automóveis já estão usando
a fibra vegetal em reforços de plásticos.
O curauá é bastante conhecido no Baixo
Amazonas, região oeste do Pará, onde
foram feitos os primeiros plantios em escala comercial.
Cada planta produz entre 20 e 24 folhas, proporcionando
aproximadamente dois quilos de fibra.
Fonte: Agência Fapesp (www.agencia.fapesp.br)
Assessoria de imprensa (Thiago Romero)