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PROTEÇÃO
ECOLÓGICA
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) Brasil
Abril de 2004
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Uma pesquisa realizada
pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT), em
parceria com o Instituto de Macromoléculas
Professora Eloisa Mano, da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, resultou no desenvolvimento de
um protótipo de preservativo feito com látex
nativo da Reserva Extrativista Chico Mendes, no
Acre. Além de economizar divisas por meio
da substituição das importações,
o projeto pretende incrementar o desenvolvimento
sustentável da região.
O trabalho consistiu em avaliar a qualidade e a
viabilidade da padronização de látex
extraído dos seringais para utilização
como matéria-prima principal na planta industrial.
O INT, vinculado ao Ministério da Ciência
e Tecnologia (MCT), realizou diversas coletas de
látex e treinou os seringueiros da Reserva
Chico Mendes.
“A idéia foi qualificar o látex da
reserva para que ele pudesse ser utilizado em larga
escala pela indústria nacional“, disse a
pesquisadora do INT, Maria Cristina Bó, coordenadora
dos estudos envolvendo o produto, à Agência
FAPESP.
Após análises da qualidade do látex
segundo normas nacionais
e internacionais de segurança, os pesquisadores
fabricaram uma série-piloto de preservativos.
A tecnologia de produção é
a mesma aplicada em similares de fabricantes tradicionais.
As camisinhas produzidas com látex nacional
já foram aprovadas no teste de segurança
realizado pelo INT, por meio do seu Laboratório
de Polímeros, depois de passar por testes
de largura, comprimento, espessura, capacidade volumétrica,
pressão ambiente, verificação
de orifícios e integridade da embalagem.
Para obter a qualidade adequada e padronizar a matéria-prima,
foram necessárias mudanças no corte,
no horário e na utilização
de novas ferramentas pelos seringueiros na extração
do látex. “Para atingir nossos objetivos,
mudamos a forma de extração e coleta
do látex, que foram adequadas ao tipo de
seringal nativo”, disse Maria.
Por conta dos resultados positivos do projeto, o
Ministério da Saúde, em conjunto com
o Governo do Estado do Acre e a Superintendência
da Zona Franca de Manaus, estão patrocinando
a implantação de uma fábrica
de preservativos masculinos no município
de Xapuri, no Acre.
A previsão é de que, com o início
da produção nacional dos preservativos,
seja possível substituir, até 2006,
a importação de parte dos 600 milhões
de preservativos masculinos distribuídos
anualmente pelo Sistema Nacional de Saúde.
A meta é chegar a uma produção
de 100 milhões de camisinhas, em 2005, e
de 200 milhões, no ano seguinte.
Fonte: Agência Fapesp (www.agencia.fapesp.br)
Assessoria de imprensa (Thiago Romero)