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CARAMUJOS
AFRICANOS NO RIO DE JANEIRO: IBAMA ESCLARECE
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2004
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Responsável
pelo Programa de Controle do Caramujo Africano (Achatina
fulica), o Ibama esclarece que se trata de um molusco
grande, terrestre, nativo do leste e nordeste da
África. Foi introduzido no Brasil no final
da década de 80 como “scargot”, porém
é muito diferente do “scargot verdadeiro”
(Helix aspersa). É considerado uma espécie
exótica invasora.
Doenças
O caramujo-africano
tornou-se uma praga em quase todo território
nacional: ataca e destrói plantações,
come frutas e legumes, pode ser o transmissor de
dois vermes: o Angiostrongylos cantonensis – causador
da Angiostrongilíase meningoencefálica
humana, que tem como sintomas dor de cabeça
forte e constante, rigidez na nuca e distúrbios
do sistema nervoso; até o momento essa verminose
tem causado problemas principalmente na Ásia
e ilhas do Pacífico. Recentemente, foram
identificados alguns focos no continente americano
- Porto Rico, Cuba e outras ilhas do Caribe. Pelo
tráfego de navios, há o risco de a
parasitose ser introduzida em qualquer lugar. Provavelmente
as zonas portuárias seriam o ponto inicial.
O caramujo também pode ser o portador do
Angiostrongylos costaricensis – causador da Angiostrongilíase
abdominal, que causa perfuração intestinal,
peritonite e hemorragia abdominal. Tem como sintomas
dor abdominal, febre prolongada, anorexia e vômitos.
Já foram detectados casos nas Américas,
entretanto, esta doença não costuma
ser grave. A cura é espontânea e não
se recomenda o uso de drogas anti-helmínticas,
pelo risco de haver lesões mais graves, desencadeadas
pela morte do verme que se localiza dentro das artérias.
Problema
ambiental
O caramujo africano
compete com outros moluscos da fauna nativa, podendo
levá-los a extinção. Essa espécie
é extremamente prolífica, podendo,
já aos 4 – 5 meses de idade, atingir de 180
a 600 ovos por postura. É ativa no inverno,
resistente ao frio hibernal e à seca.
Solução
proposta pelo Ibama - Programa modelo de controle
do caramujo
Em abril deste ano,
o Ibama iniciou no Rio Grande do Norte um programa-piloto
para o controle do caramujo-africano no município
de Paranamirim. O programa funciona por meio de
uma articulação entre o Ibama local,
a prefeitura do município (Secretarias de
Saúde, Meio Ambiente, Limpeza Urbana, Educação)
e a comunidade. O Ibama fornece as orientações
técnicas e a prefeitura executa com a participação
da comunidade. A imprensa tem papel fundamental
na divulgação das orientações
corretas. O programa do Rio Grande do Norte pode
ser replicado em qualquer região do país,
desde que devidamente orientado. O programa está
sendo implantado no interior de São Paulo
e está em estudo em Manaus.
O Ibama dispõe de um especialista para tratar
do assunto:
Fábio Faraco: malacólogo, da Coordenação
de Uso de Fauna na Natureza/ Diretoria de Fauna
e Recursos Pesqueiros do Ibama. Fones: (61) 316-1654/
9103-4084.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Jaime Gesisky