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GOVERNO
ANUNCIA NOVOS RECURSOS PARA A CONSERVAÇÃO
DA MATA ATLÂNTICA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) Brasil
Junho de 2004
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A comemoração
oficial do Dia Nacional da Mata Atlântica
incluiu o lançamento da Agenda 21 da Mata
Atlântica e a assinatura de um contrato de
quase R$ 70 milhões para Subprograma Projetos
Demonstrativos (PD/A) da Mata Atlântica. As
cerimônias foram comandadas pela ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, que cobrou a aprovação
em regime de urgência do Projeto de Lei da
Mata Atlântica.
De manhã, as comemorações foram
no Senado, com a posse dos membros do Grupo de Trabalho
(GT) Mata Atlântica, criado em abril do ano
passado para estudar e propor ações,
políticas, projetos e programas para o bioma
[veja composição abaixo]; o lançamento
da Agenda 21 da Mata Atlântica, produzida
pelo Programa Agenda 21 da Secretaria de Desenvolvimento
Sustentável do Ministério do Meio
Ambiente e pela Rede de ONGs da Mata Atlântica;
e a entrega do Prêmio Muriqui 2003, uma iniciativa
instituída em 1993 pelo Conselho Nacional
da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica para
prestigiar trabalhos significativos em prol da conservação
da Mata Atlântica.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não
deixou de cobrar dos senadores a aprovação
em regime de urgência do Projeto de Lei da
Mata Atlântica, há 12 anos em tramitação.
Aprovado em dezembro do ano passado na Câmara
dos Deputados, está, desde então,
emperrado no Senado. Durante o período de
tramitação do projeto perdemos mais
de 1 milhão de hectares de Mata Atlântica,
o que poderia ter sido evitado se a lei estivesse
aprovada", afirmou.
À tarde, no Palácio do Planalto, a
cerimônia foi comandada pelo presidente em
exercício, José de Alencar, quando
foi formalizada a doação a fundo perdido
de quase R$ 70 milhões para o Subprograma
Projetos Demonstrativos (PD/A) da Mata Atlântica
pelo Banco Alemão de Crédito para
Reconstrução (KfW Group). Criado em
1995, o Subprograma Projetos Demonstrativos (PDA),
um dos componentes do Programa Piloto para a Proteção
das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7), era destinado
apenas a projetos desenvolvidos na Amazônia.
A extensão do subprograma à Mata Atlântica
foi uma reivindicação defendida por
anos pela Rede de ONGs da Mata Atlântica,
da qual fazem parte 257 ONGs, entre as quais o Instituto
Socioambiental (ISA). Até abril deste ano,
tinham sido aprovados 194 projetos pelo PDA, 147
na Amazônia e 47 na Mata Atlântica,
envolvendo mais de US$ 33 milhões, que ficam
sob a coordenação
do Ministério do Meio Ambiente.
Miriam Prochnow,
da RMA, entrega a José Alencar uma muda de
pau-brasil na solenidade do Dia Nacional da Mata
Atântica, no Palácio do Planalto
Os novos recursos
serão destinados à criação
de Unidades de Conservação (UCs) e
corredores ecológicos, elaboração
de planos de manejo e gestão de UCs, recuperação
de áreas degradadas, desenvolvimento de projetos
de ecoturismo e de estudos para identificação,
valorização e regulamentação
dos serviços ambientais da Mata Atlântica,
entre outros, e serão executados por meio
de projetos elaborados prioritariamente por ONGs.
No fim da cerimônia, a coordenadora da Rede
de ONGs da Mata Atlântica, Miriam Prochnow,
distribuiu mudas de pau-brasil [espécie que
gerou o primeiro ciclo predatório no Brasil]
a José de Alencar, Marina Silva e Dietmar
Wenz, diretor do KfW-Group no Brasil, e pediu apoio
à aprovação do PL da Mata Atlântica.
Para o planejamento, implementação
e acompanhamento de políticas para a bioma,
também foram liberados US$ 800 mil do Fundo
Fiduciário do PPG-7, que conta com uma contrapartida
de US$ 80 mil do MMA e cooperação
técnica da Organização das
Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação (FAO).
GRUPO DE TRABALHO MATA ATLÂNTICA
Portaria 221, de
9/4/2003
O Grupo de Trabalho
(GT) Mata Atlântica será composto por:
I- dois representantes
dos seguintes órgãos e entidades:
a) do Ministério
do Meio Ambiente, que o coordenará
João Paulo
Capobianco secretário de Biodiversidade
e Florestas do Ministério do Meio Ambiente
(SBF/MMA)
Paulo Kageyama
diretor do Programa Nacional de Conservação
da Biodiversidade SBF/MMA
b) da comunidade
científica, indicados pela Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência - SBPC, sendo
um da área das ciências biológicas
e um da área das ciências humanas;
Vanderlei Perez Canhos
diretor do Centro de Referência em Informação
Ambiental (CRIA) da SBPC
José Augusto
Pádua Instituto de Filosofia e Ciências
Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ)
c) do setor empresarial,
sendo um indicado pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI) e um pela Confederação
Nacional da Agricultura (CNA).
Marcílio Caron
Neto - Câmara de Desenvolvimento da Indústria
Florestal da FIESC
Luiz Anselmo M. Tourinho
- Federação da Agricultura do Estado
do Paraná (FAEP)
II - um representante
de cada órgão e entidades abaixo indicados:
a) do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama)
Dione Angélica
de Araújo Corte - Coordenadora de Conservação
de Ecossistemas
b) do Instituto de
Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro
- JBRJ;
Haroldo Cavalcante
de Lima - diretor de Pesquisas Científicas
do Instituto do JBRJ
c) do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
Maria Consolacion
Fernandes Villafane Udry - Secretaria de Gestão
e Estratégia da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa)
d) do Ministério
da Ciência e Tecnologia (MCT);
Luis Carlos de Miranda
Joels - Coordenação de Meio Ambiente
do MCT
e) do Ministério
do Desenvolvimento Agrário;
Maria de Fátima
Gomes Brandalise - assessora especial do do ministro
f) da Associação
Brasileira de Entidades de Meio Ambiente (ABEMA);
Romeu Aldiguere de
Arruda Coelho - superintendência Estadual
do Meio Ambiente (SEMACE)
g) da Associação
Nacional dos Municípios e Meio Ambiente (ANAMMA);
Mário Sérgio
Rasera - secretário municipal de Meio Ambiente
de Curitiba
h) do Conselho Nacional
da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica -
CNBRMA;
Clayton Ferreira
Lino presidente do CNBRMA
i) de organizações
indígenas da Mata Atlântica;
Escrawen Sompré
engenheiro florestal do povo indígena Xerente,
membro do Warã Instituto Indígena
Brasileiro e do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(Conama)
j) de comunidades
de pescadores artesanais da Mata Atlântica;
Maria Odete de Carvalho
Martins do Conselho Pastoral de Pescadores Regional
Ceará
l)organizações
de comunidades quilombolas da Mata Atlântica,
indicado pela Coordenação Nacional
de Articulação das Comunidades Negras
Rurais Quilombolas.
Benedito Alves Silva
- comunidade quilombola de Ivaporanduva-SP
III - três
representantes ambientalistas indicados pela Rede
de ONGs da Mata Atlântica, sendo:
a) um da Região
Nordeste
Paula Frassinete
Lins Duarte - Associação Paraibana
dos Amigos da Natureza/APAN/PB
b) um da Região
Sudeste
Pedro Eduardo Graça
Aranha - Os Verdes/RJ
c) um da Região
Sul/Centro Oeste
Alexandre José
Diehl Krob - Curicaca/RS
Fonte: ISA Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa (Cristiane Fontes)