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PLANTAS
PARA O FUTURO DA AMAZÔNIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2004
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O
edital sobre plantas para o futuro da Amazônia
do Programa de Biodiversidade (Probio) do Ministério
do Meio Ambiente, aprovou o projeto A Flora de Importância
Econômica Atual e Potencial na Região
Norte do Museu Paraense Emilio Goeldi, instituição
vinculada ao Ministério da Ciência
e Tecnologia (MCT).
Coordenado pelo pesquisador Samuel Almeida, o projeto
vai identificar plantas nativas da região
Norte, com perspectiva de fomentar seu uso pelo
pequeno agricultor e por comunidades rurais. A intenção
é ampliar a sua utilização
comercial e fornecer informações para
incentivar sua utilização direta,
além da criação de novas oportunidades
de investimento.
Os principais grupos de plantas estudadas são
as medicinais, alimentícias, aromáticas,
oleaginosas, fibrosas, tóxicas/inseticidas
e forrageiras. Para Samuel, a importância
do estudo está no resgate de uma área
importante da atuação do Goeldi, que
é o inventário da flora com interesse
econômico.
Incentivo
Segundo o coordenador
do projeto, o Programa tem interesse econômico
e o empenho na conservação dos recursos.
Para ele, "o Probio faz um esforço para
o inventário da biodiversidade brasileira
em todos os seus aspectos na tentativa de reverter
a perda de recursos e de informação
genética".
Samuel ressalta que o avanço das culturas
transgênicas gera uma perda irreparável
de variedades e cultivares genéticas melhoradas
por populações sul-americanas. No
Peru, por exemplo, diz o pesquisador, "variedades
de milho especialmente selecionadas para pisos altitudinais
diferentes estão sendo perdidas. Já
no México, Guatemala e Nicarágua,
o mesmo ocorreu com os ancestrais do milho".
"Na Amazônia,
temos dezenas de variedades de mandioca selecionadas
para usos diversos, rituais religiosos e condições
climáticas, que estão sendo perdidas
com a "homogeneização" da
produção", denuncia Samuel.
Estudo
Uma equipe de 16
pesquisadores trabalhará com informações
secundárias obtidas em acervos bibliográficos,
herbários, hortos e bancos de germoplasma.
O trabalho de campo inclui viagens ao Amazonas,
Acre e Amapá, para aplicação
de formulários junto a pessoas que utilizam,
manejam ou comercializam produtos florestais não-madeireiros.
O grupo também fará pesquisa em feiras
livres e junto a especialistas em plantas úteis,
representantes da indústria, e profissionais
da área de farmácia.
O principal resultado do projeto é a construção
de um banco de dados, contendo todas as informações
acessadas sobre plantas de valor econômico,
incluindo dados agronômicos, taxonômicos,
ecológicos, florestal e de sócioeconomia.
O projeto prevê a realização
de um seminário para avaliar os resultados
obtidos e definir as espécies prioritárias,
abrangendo todos os setores envolvidos no processo
de uso e comercialização da diversidade
vegetal amazônica.
Também será produzido um portfolio
com informações, dados e imagens contendo
resultados obtidos, indicação sobre
oportunidades e limitações sobre uso
sustentável e comercialização
de plantas de valor econômico atual e com
potencial.
A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
e o Instituto de Pesquisas Científicas e
Tecnológica do Estado do Amapá (IEPA)
são parceiros no projeto que tem duração
de 13 meses.
Fonte: MCT – Ministério
da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa do Museu Goeldi