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INPA COMEMORA
NASCIMENTO DE MAIS UM FILHOTE DE PEIXE-BOI
EM CATIVEIRO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2004
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Ele é macho,
pesa 12 quilos, mede 86,5 cm de comprimento e passa
muito bem. Por enquanto, ainda não tem nome,
mas o nascimento em cativeiro do quarto filhote
de peixe-boi amazônico (Trichechus inunguis),
no Laboratório de Mamíferos Aquáticos
do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCT), foi uma verdadeira vitória no
controle e reprodução da espécie
ameaçada de extinção. O projeto
é pioneiro e o único do mundo com
registros de nascimentos deste mamífero em
cativeiro.
Boo, peixe-boi fêmea de 30 anos e a mais velha
das quatro em idade fértil no Laboratório,
começou o trabalho de parto na madrugada
da última terça-feira. A partir daí,
os pesquisadores ficaram de vigília para
acompanhar cada mudança em seu comportamento.
A primeira mamada do filhote aconteceu menos de
três horas depois do seu nascimento o que,
segundo o veterinário Anselmo D’Affonsêca,
é muito importante para o fortalecimento
do sistema imunológico.
Na quarta-feira, os pesquisadores fizeram a pesagem
e medição do filhote e coletaram o
leite da mãe para verificar sua composição.
Além de um dado científico importante,
essa informação servirá de
base para elaborar uma dieta artificial para os
peixes-bois que chegam até o laboratório
do Inpa por meio de apreensões.
O quarto nascimento de filhote de peixe-boi em cativeiro
é uma conquista significativa, na opinião
do pesquisador do Inpa, Fernando Rosas, que está
no projeto desde 1981. "Acompanhamos todo o
processo, da concepção ao nascimento,
e por isso estamos muito emocionados. É um
passo gigantesco para evitar que essa espécie
seja extinta", assinalou.
Ele explica que o próximo passo é
reintegrar os animais ao meio natural, uma tarefa
que exigirá um abrangente trabalho de conscientização
e, mesmo assim, sem garantias de sucesso. Uma possibilidade
estudada pelos pesquisadores é a de soltar
os mamíferos em locais que funcionam como
semi-cativeiros: fazendas particulares com grandes
lagos e farta alimentação para os
herbívoros.
Fonte: Agência Brasil (www.radiobras.gov.br)
Maurício Cardoso