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RELATÓRIO
DO GRUPO INTERMINISTERIAL SOBRE QUESTÃO
FUNDIÁRIA DE RORAIMA FICA PRONTO
NO FIM DA SEMANA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2004
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O documento norteará
as decisões do Comitê de Viabilização
Econômica de Roraima, criado para cuidar das
questões mais práticas com relação
à homologação da Terra Indígena
Raposa/Serra do Sol, como indenização,
retirada e reassentamento de não-índios.
No que depender do relatório que o Grupo
de Trabalho Interministerial (GTI) formado para
analisar a situação fundiária
de Roraima está elaborando, a homologação
da Terra Indígena Raposa/Serra do Sol aguardará
ainda pelo menos mais uma semana. A versão
final, que tinha como prazo a última sexta-feira
(30/1), sofreu um atraso devido à complexidade
do tema, e deverá ser entregue apenas no
final desta semana ou no começo da próxima.
O GTI foi criado em julho e oficializado em setembro
de 2003, com o objetivo de elaborar um diagnóstico
e apresentar propostas em relação
às terras da União situadas no estado,
o que inclui a questão da Terra Indígena
Raposa/Serra do Sol. Em 24/1, a equipe esteve em
Boa Vista (RR), ouvindo os diversos atores locais
sobre a homologação (entidades indígenas
e indigenistas, órgãos do governo,
políticos e empresários, entre outros),
e se encarregando de repassar suas demandas aos
órgãos responsáveis.
“O texto do relatório está praticamente
finalizado, faltam apenas alguns ajustes na redação”,
diz o coordenador da equipe, o subchefe de coordenação
e ação governamental da Casa Civil,
Johaness Eck. Uma vez pronto, ele terá de
passar pela aprovação dos ministérios
que compõem o Grupo, para então ser
liberado ao público e encaminhado ao Comitê
de Viabilização Econômica de
Roraima.
Esta segunda equipe foi criada em 9/1 pelo ministro
da Justiça Márcio Thomaz Bastos depois
dos conflitos que se instalaram na região
no início de janeiro envolvendo índios
e agricultores contrários à homologação
contínua para analisar questões mais
práticas com relação à
homologação da Terra Indígena,
como as que envolvem indenização e
remoção de não-índios.
Para isso, conta com representantes de seis ministérios
(Justiça, Desenvolvimento Agrário,
Integração Nacional, Planejamento,
Casa Civil e Meio Ambiente), representantes da Fundação
Nacional do Índio (Funai), do governo do
Estado de Roraima e da Subchefia de Assuntos Federativos
da Presidência da República.
De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério
da Justiça, o relatório do Grupo Interministerial
é importante, pois praticamente norteará
as ações do Comitê de Viabilização
Econômica. No ministério, o clima continua
sendo de trabalhar “com o prazo até janeiro”,
ou seja, a questão está sendo tratada
como prioridade – embora se evite falar em prazos
fixos. A homologação da Raposa/Serra
do Sol em terras contínuas já está
decidida desde o final do ano passado, tendo sido
reiterada no começo do ano pelo ministro
da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
Em outras palavras: não está mais
em discussão.
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Flávio Soares de Freitas