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GREENPEACE
EXIGE QUE AUTORIDADES NUCLEARES REVEJAM
SEGURANÇA DE REATORES
Panorama
Ambiental
Berlim – Alemanha
Março de 2004
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Relatório
alemão aponta os perigos das usinas nucleares
em caso de ataques terroristas
O Greenpeace está
solicitando a todas as autoridades que trabalham
com a segurança nuclear no mundo que revejam
urgentemente a segurança de seus reatores,
e fechem aqueles que são mais vulneráveis.
O chamado é resultado de um documento confidencial
do governo alemão, cujo resumo vazou para
a imprensa na Alemanha e na Áustria. O estudo
demonstra que nenhuma central nuclear é totalmente
segura contra um ataque terrorista e que é
impossível controlar as usinas mais velhas,
caso um avião fosse jogado contra elas.
O documento foi produzido pela Organização
Alemã de Segurança dos Reatores (GRS,
em inglês) e faz um relato sobre o que aconteceria
às usinas, caso elas sofressem atentados
aéreos como o das torres do World Trade Center
em Nova York (EUA), em setembro de 2001 (1). O resumo
que vazou foi feito pelo Ministro do Meio Ambiente
alemão. O presidente da Agência Alemã
de Proteção a Radiação
(BfS, sigla em alemão), Wolfram Konig, declarou
que cinco dos 18 reatores em operação
em seu país deveriam ser fechados o mais
breve possível por apresentarem uma grande
ameaça à segurança. .
“Se a energia nuclear sempre esteve diretamente
ligada à falta de segurança, os acontecimentos
de 11 de setembro de 2001 potencializam esta ameaça
a um nível ainda mais alto. Dois anos e meio
depois dos atentados em Nova York, a indústria
nuclear e os governantes de todo o mundo ainda não
discutiram o problema”, disse o coordenador mundial
da Campanha Nuclear do Greenpeace, Jan Vande Putte.
“Se o presidente da Agência Alemã de
Proteção a Radiação
afirma que cinco reatores deveriam ser desativados,
então eles precisam ser fechados imediatamente.
Mas este não é apenas um problema
da Alemanha, e sim de qualquer país que possui
usinas nucleares em seu território”, disse.
O Greenpeace enviou o resumo do relatório
da GRS traduzido para as autoridades responsáveis
pela segurança nuclear em 30 países
do mundo, exigindo uma inspeção urgente
às centrais. Os resultados deste documento
deveriam ser divulgados publicamente já que
todo cidadão precisa entender as ameaças
às quais está exposto pelo perigo
nuclear.
“O Greenpeace trabalha para o fechamento de todas
as usinas de energia nuclear porque elas são
inseguras, produzem toneladas de lixo nuclear altamente
radioativo e aumentam a proliferação
de armas nucleares. Já existem alternativas
como a energia eólica, que além de
serem mais limpas do que a energia nuclear, são
também mais baratas. Chegou a hora de alterar
a atual forma poluidora e perigosa de produção
de energia para uma alternativa mais limpa”, disse
Vande Putte.
Um novo relatório do Greenpeace demonstra
que a energia eólica sozinha pode suprir
um terço das necessidades energéticas
da Europa (2). A Agência Internacional de
Energia – órgão intergovernamental
- publicou no ano passado um relatório que
mostra que um aumento da eficiência energética
dos eletrodomésticos impede a construção
de 40 grandes usinas nucleares(3).
Com o fechamento imediato dos usinas mais perigosas,
o mercado de energia limpa será impulsionado,
gerando mais empregos e mais segurança. O
Greenpeace está pedindo que a Comissão
Européia lidere uma iniciativa para promover
o desenvolvimento de energias renováveis
durante a Conferência Intergovernamental de
Energias Renováveis, que será realizada
em Bonn (Alemanha), em junho próximo. A meta
proposta pelo Greenpeace é de que 20% de
toda a energia consumida na Europa seja proveniente
de fontes renováveis até 2020.
Notas:
(1)
Resumo do estudo do GRS feito pelo Ministro do Meio
Ambiente alemão, pela Conservação
Natural e pela Segurança Nuclear —“Proteção
das usinas nucleares da Alemanha contra possíveis
ataques aéreos terroristas como aqueles ocorridos
nos EUA em 11 de setembro de 2001. Disponível
em inglês no link
www.greenpeace.org/multimedia/download/1/423087/0/Summary_on_GRS_re
(2) “Ventos Marítimos na
Europa”, relatório produzido pelo Greenpeace
Internacional e publicado em 29 de fevereiro de
2004. Acesse o link www.greenpeace.org.uk/seawindeurope
para baixar o arquivo.
(3) Documento da Agência
Internacional de Energia. “Estratégica política
para casas com eficiência energética”,
Paris, 2003. O relatório demonstra que para
os 22 países da Organização
para Cooperação Econômica e
Desenvolvimento (OECD, sigla em inglês), a
demanda de eletricidade pelos eletrodomésticos
pode diminuir de 2,341 bilhões KWh em 2000
para 2,012 bilhões de KWh em 2010.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa