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BIODIGESTORES
VÃO TRANSFORMAR DEJETOS DE SUÍNOS
EM ENERGIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Maio de 2004
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Uma parceria entre
os ministérios do Meio Ambiente e das Minas
e Energia vai possibilitar a construção
de biodigestores em cinco municípios da Bacia
do Rio Ariranha, no oeste de Santa Catarina. O objetivo
é transformar os dejetos de suínos,
criados em larga escala na região, em energia.
"Com isso vamos resolver o problema dos dejetos
que poluem o solo e os rios e ajudar os produtores
a economizar energia", disse o secretário
de Desenvolvimento Sustentável do MMA, Gilney
Viana.
A parceria integra um conjunto de ações
desenvolvidas pelo Projeto de Gestão Ambiental
Rural (Gestar), coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento
Sustentável, para promover o desenvolvimento
sustentável e a melhoria da qualidade ambiental
e de vida das populações rurais. Ainda
este mês, o MMA assina um termo de cooperação
técnica com os ministérios do Desenvolvimento
Agrário, das Minas e Energia, da Integração
Nacional e do Desenvolvimento Social, e com a Secretaria
de Direitos Humanos para a implantação
de políticas públicas na região
do Baixo Araguaia, em Mato Grosso. No local, vivem
mais de 12 mil assentados do Programa Nacional de
Reforma Agrária, distribuídos em 15
municípios ao longo da BR-158 (Barra do Garça/MT-Marabá/PA).
O Baixo Araguaia, entre os rios Xingu e Araguaia,
no nordeste do estado, é uma nova frente
de avanço da soja e da pecuária em
Mato Grosso. Segundo o secretário de Desenvolvimento
Sustentável, Gilney Viana, o Gestar vai destinar,
este ano, R$ 460 mil para programas de assistência
técnica e de educação ambiental
na região. A proposta, de acordo com o secretário,
"é ensinar os produtores a recorrer
aos financiamentos disponíveis, como o Pronaf
(Programa Nacional de Agricultura Familiar), e incentivar
a prática de técnicas agrícolas
corretas, com planos de manejo, sem recorrer as
queimadas e aos desmatamentos".
Bacia do Ariranha
O projeto Gestar
começou a ser desenvolvido com um programa
piloto, em parceria com a Organização
das Nações Unidas para a Agricultura
e Alimentação (FAO), há cerca
de um ano, no Oeste de Santa Catarina. A região
tem a maior concentração percapita
de porcos do país. Xavantiva, por exemplo,
que é considerada a capital dos suínos,
tem 4.500 habitantes e um plantel de mais de 20
mil suínos, espalhados por cerca de 900 pequenas
propriedades de administração familiar.
Segundo informações do prefeito Elisandro
Modesti, na época em que foi instalado o
programa, a criação de porcos do município
produzia 1 milhão de litros de dejetos por
dia, contaminando o solo e os rios.
Para reduzir a poluição nos municípios,
o Gestar desenvolveu uma campanha para identificar
todas as nascentes da região. Atualmente,
os cinco municípios são georeferenciados
por satélite e todas as nascentes estão
protegidas. Segundo o secretário de Desenvolvimento
Sustentável, o georeferenciamento também
está sendo utilizado para fazer o planejamento
das propriedades.
Além da construção dos biodigestores,
para dar destino aos dejetos produzidos pelos suínos,
os produtores estão sendo incentivados a
também criar gado de leite para diversificar
a produção e evitar a dependência
econômica.
Com o Gestar, o MMA quer dividir com as empresas
que processam e vendem a carne suína o ônus
anbiental causado pela criação. O
objetivo é adequar toda a cadeia produtiva
para minimizar os impactos ambientais. Com isso,
além de preservar o ambiente na região,
os produtores e exportadores não ficam vulneráveis
a sanções fitosanitárias e
pressões dos consumidores que compram, cada
vez mais, produtos ecologicamente corretos, disse
Gilney Viana.
Fonte: MMA – Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom