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GREENPEACE
BLOQUEIA NAVIO PARA IMPEDIR QUE SOJA CONVENCIONAL
SEJA CONTAMINADA COM TRANSGÊNICOS
Panorama
Ambiental
Paranaguá (PR) - Brasil
Maio de 2004
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Ação
em Paranaguá faz parte da expedição
“Brasil Melhor sem Transgênicos”, que
a organização realiza a bordo
do navio Arctic Sunrise
Desde
às 10h de hoje, ativistas do Greenpeace
estão bloqueando a entrada do navio
Global Wind – que carrega 30 mil toneladas
de soja transgênica da Argentina – no
porto de Paranaguá, no Paraná.
Um ativista se prendeu à corrente da
âncora do navio, junto a uma faixa identificando
a carga como TRANSGÊNICA. |
O
objetivo da ação é impedir
que a soja não transgênica exportada
pelo Porto de Paranaguá seja contaminada
com a geneticamente modificada vinda de outros
lugares. Com isso, o Greenpeace pretende proteger
as vantagens comerciais do Brasil em manter-se
como a principal fonte de soja não
transgênica. A ação em
Paranaguá é parte da expedição
“Brasil Melhor sem Transgênicos”, que
o Greenpeace vem realizando desde meados de
abril a bordo do navio Arctic Sunrise. “As
vantagens econômicas de ser o maior
fornecedor de soja não transgênica
do mundo podem ser perdidas caso não
haja controle para evitar a contaminação”,
disse Gabriela Vuolo, da Campanha de Engenharia
Genética do Greenpeace. “O |
governo
federal deveria apoiar os esforços
da administração do Porto de
Paranaguá e do governo paranaense em
continuar realizando a fiscalização.
E a política do Paraná para
evitar a contaminação por transgênicos
deveria servir de exemplo para todo o país.
O Greenpeace não vai permitir que transgênicos
vindos de outras partes do Brasil e do mundo
contaminem o único porto não
transgênico do país”, complementou. |
O
Porto de Paranaguá é o único
no Brasil a adotar medidas efetivas para controlar
as cargas e manter as exportações
de soja livres de contaminação
transgênica. O Estado do Paraná,
segundo maior produtor de soja no Brasil,
proibiu no final do ano passado o cultivo,
processamento, comercialização,
transporte e exportação de soja
geneticamente modificada em seu território
e nos portos de Paranaguá e Antonina.
A proibição foi aprovada logo
após a publicação da
Medida Provisória 131, assinada pelo
governo Lula, que liberou provisoriamente
o plantio comercial de soja transgênica
no Brasil. Atualmente, o Paraná está
sofrendo enorme pressão de outros Estados
e de órgãos federais para aceitar
a contaminação genética
e
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exportar
transgênicos através de seus portos.
Apesar de o governo brasileiro ter autorizado o
plantio da soja transgênica no ano passado,
nenhuma medida foi tomada a fim de garantir a documentação
e informação previstas nas legislações
nacional (2) e internacional (3). No dia 20 de abril,
o Greenpeace denunciou um carregamento de soja no
Porto de Rio Grande (RS), que não trazia
qualquer informação a respeito da
procedência da carga. O governo federal demonstrou
que não é capaz de controlar e colocar
em prática as obrigações nacional
e internacional no que diz respeito à identificação
e rotulagem da soja transgênica. O Brasil
tem tido vantagens comerciais comparativamente aos
EUA devido ao fornecimento de grãos não
transgênicos. O volume de exportações
brasileiras aumentou sensivelmente graças
à rejeição global aos produtos
geneticamente modificados.
O Greenpeace intensificou sua campanha global contra
os transgênicos para proteger os direitos
dos consumidores e dos agricultores de dizer não
aos organismos geneticamente modificados. Na Espanha,
ativistas do Greenpeace bloquearam a unidade da
empresa Bunge em Cartagena até que a companhia
garantiu que uma de suas fábricas no país
processará unicamente soja não transgênica.
Na Alemanha, 10 mil pessoas participaram de um protesto
organizado pelo Greenpeace contra os alimentos transgênicos.
Na semana passada, ativistas da organização
bloquearam em Melbourne (Austrália) um carregamento
de soja transgênica vindo dos EUA que iria
contaminar toda a cadeia de alimentos do país.
O Greenpeace demanda que o governo federal respeite
e apoie os esforços do governo do Paraná
para manter-se livre de transgênicos e que
coloque em prática uma fiscalização
efetiva para prevenir a contaminação
genética e assegurar o direito à informação.
“Os ativistas do Greenpeace continuarão impedindo
que a soja do Paraná seja contaminada até
que tenhamos a certeza de que os interesses comerciais
brasileiros e as exportações de soja
não transgênica não serão
prejudicados”, disse Gabriela. “É preciso
que o governo não só apoie a proibição
paranaense, mas também que inclua nessa proibição
os navios carregados de soja transgênica que
vêm para Paranaguá a fim de realizar
operações de “top-loading”, ou seja,
serem completados com soja não transgênica”,
complementou Gabriela.
Notas
(1) Decreto 4680, de 24 de abril
de 2003, e Portaria 2658, de 22 de dezembro de
2003.
(2) O Protocolo de Cartagena
sobre Biossegurança, sob a Convenção
de Diversidade Biológica das Nações
Unidas (CDB), estabelece padrões mínimos
de segurança no transporte de transgênicos
entre países. O documento já foi
assinado pelo Brasil e mais 90 países.
Em fevereiro, a primeira reunião dos países-membro
do protocolo determinou o requerimento de documentação
mais detalhada e rotulagem de organismos geneticamente
modificados. A documentação incluída
no transporte entre os países terão
que incluir “nomes comuns, comerciais e científicos”
dos organismos transgênicos transportados
pelo navio, bem como seu código de evento
de transformação ou, quando possível,
“ um único código identificador”.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
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