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MAMÍFEROS
CARNÍVOROS ESTÃO AMEAÇADOS
DE EXTINÇÃO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Julho de 2004
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Onça pintada,
onça parda (duas subespécies), gato
maracajá, gato-do-mato pequeno, gato-palheiro,
lobo-guará, cachorro-do-mato vinagre, ariranha
e jaguatirica. Ao todo, dez mamíferos carnívoros
ameaçados de extinção em um
total de 26 espécies. Nem todos, no entanto,
atraem a atenção e verbas para a sua
preservação. Na consciência
popular, dois são os mais venerados e temidos:
a onça e o lobo. Em geral, fornecedores de
maiores recursos para pesquisas, de acordo com Ronaldo
Morato, técnico em Recursos Faunísticos
do Centro Nacional de Predadores, do Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Cenap/Ibama).
“A onça-pintada e o lobo são animais
mais carismáticos. Tanto pela beleza, força
e poder da onça, quanto pelo medo que causa
e que faz parte da cultura popular, desde a época
da civilização Maia. Além do
prejuízo que causa em relação
às fazendas, matando o gado. No interior,
o homem que mata a onça é muito respeitado.
Quanto ao lobo-guará, há uma superstição:
o olhar dele hipnotizaria as presas. Assim, arrancar
o olho do animal ainda vivo traria sorte com as
mulheres”, explicou Morato.
Segundo Morato, as espécies consideradas
bandeiras (que atraem mais atenção
do público), atraem também mais recursos
financeiros. Com isso, as pesquisas que tratam destes
animais acabam conseguindo mais apoio em relação
aos demais, desconhecidos do público.
“Há uma falta de conhecimento em relação
aos outros animais por parte da população
como um todo, por uma falta de divulgação
da própria comunidade científica e
da imprensa. Mas os cientistas têm se interessado
cada vez mais”, disse.
A prova disso foi a iniciativa de especialistas
do Ibama na elaboração de um plano
de ação para pesquisa e conservação
de mamíferos carnívoros. Morato é
um dos responsáveis pela organização
do plano que, segundo ele, servirá de instrumento
de referência de pesquisadores, a fim de unificarem
as ações. Morato diz que há
uma concentração de esforços
e uma repetição de trabalhos – o que
não permite que se chegue a novidades.
“O objetivo do plano é direcionar as ações,
servindo de referência para grupos de pesquisa,
formando uma rede de informação para
não repetir esforços, até por
conta dos recursos que são escassos”, disse
Morato.
Segundo ele, as propostas tiradas do plano de ação
serão reavaliadas a cada quatro anos. A idéia
é observar quais atividades foram alcançadas
e quais sofreram limitação nos projetos
de pesquisa. Ele acrescenta que o objetivo da conservação
destes animais é a preservação
do ecossistema. “Alguns animais que ocupam grandes
áreas são elementos-chave da conservação
do ecossistema”, alertou.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Keite Camacho