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BUSH IMPÕE
AGENDA NA CÚPULA DAS AMÉRICAS
Panorama
Ambiental
Monterrey – México
Janeiro de 2004
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Greenpeace
e Anistia Internacional denunciam alterações
na pauta do encontro: entram o terrorismo e o livre
comércio, saem as mudanças climáticas
e os direitos humanos
Os objetivos da Cúpula
Extraordinária das Américas, cujo
próximo encontro está marcado para
12 e 13 de janeiro, são propiciar o crescimento
igualitário, o desenvolvimento social e a
governabilidade democrática de nosso continente.
Porém, o que se discutirá na reunião
em Monterrey (México), na verdade, são
os temas prioritários da agenda do presidente
americano George W. Bush - que minam a multilateralidade
das negociações entre os países
e correspondem a um claro ataque aos acordos internacionais.
A denúncia é das organizações
Greenpeace e Anistia Internacional.
O propósito formal do encontro é estabelecer
regras para o que já foi acordado na última
Cúpula das Américas, realizada em
2001 em Quebec (Canadá). No entanto, as mudanças
climáticas e o respeito aos direitos humanos,
dois dos temas considerados prioritários
nessa reunião para alcançar-se a equidade
entre os países, o desenvolvimento e a governabilidade,
foram deixados de lado da pauta da próxima
reunião.
A cúpula discutirá questões
como o terrorismo e o livre comércio, que,
como denunciaram as duas organizações,
evidentemente representam o interesse de Bush e
o lobby das empresas que o apóiam. Com referência
ao terrorismo, o que os EUA buscam é um aval
a sua atuação unilateral frente ao
que considera ameaças, transferindo a toda
a região os custos políticos e financeiros
de seu esquema de segurança nacional. O fato
é que se existe um tema de segurança
de suma importância para todo o hemisfério,
ele é referente às mudanças
climáticas - um problema totalmente ignorado
por Bush.
"As propostas
de crescimento com equidade, desenvolvimento social
e governabilidade democrática só serão
alcançados se estes assuntos forem priorizados",
afirmou o diretor da Anistia Internacional no México,
Carlos Gómez. "A falta de desenvolvimento
social e a pobreza são expressões
contundentes das violações aos direitos
humanos em toda a América".
Segundo o diretor-executivo do Greenpeace no México,
Alejandro Calvillo, o governo de Bush pressionou
"fortemente" para retirar da agenda da
Cúpula das Américas temas como as
mudanças climáticas globais. "Se
a América Latina é tão vulnerável
ao fenômeno, e a cada ano os países
da região sofrem numerosas perdas de vidas
humanas e infra-estrutura, isso quer dizer que estamos
diante de um problema ambiental que concerne a todo
o continente. Eliminar a ameaça que este
problema ambiental representa é indispensável
para realmente alcançarmos equidade e bem-estar
social", disse.
Fonte: Greenpeace (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa