Ibama/Divulgação
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O
Parque Nacional do Iguaçu, localizado
em Foz do Iguaçu (PR), completa 65
anos no dia 10. Patrimônio Natural da
Humanidade e segundo mais antigo do Brasil,
o parque promoverá uma série
de eventos na sede e em seu entorno para comemorar
a data.
No sábado, 10, em Foz do Iguaçu,
haverá a apresentação
do Espaço Naipi, cujo destaque está
nos dois novos elevadores panorâmicos
de frente para os saltos. O complexo tem um
mirante que avança cinco metros sobre
o vazio e permite a visão das quedas,
entre elas a Garganta do Diabo.
Um dos destaques é a presença
do alpinista Waldemar Niclewicz, que partirá
do interior do parque para uma expedição
de quatro anos por montanhas andinas, entrando
por Puerto Iguazú, na Argentina. Ele
vai também hastear uma Bandeira |
Nacional
durante um rapel no mirante. No Centro de
Visitantes, na entrada do parque, será
inaugurada a nova identidade visual da unidade
na lateral do prédio.
Autoridades municipais e estaduais confirmaram
participação no evento, entre
elas o gerente-executivo do Ibama/Paraná,
Marino Gonçalves. Eles participarão
de uma festividade simbólica com direito
a bolo de aniversário, às 17h30,
no Espaço Naipi. Pela manhã,
está prevista a visita de cerca de
150 agentes da Associação de
Recicladores Ambientais de Foz do Iguaçu
(Arafoz).
A programação inclui ainda atividades
fora de Foz do Iguaçu, como a inauguração
de uma trilha em Céu Azul, cidade que
fica no entorno da unidade de conservação.
A trilha oficial será a primeira fora
do eixo de entrada e será administrada
pela prefeitura de município. A medida
faz parte da estratégia da administração
da unidade ambiental, afirma o chefe da unidade
de conservação, Jorge Pegoraro.
Segundo ele o parque está dinamizando
as parcerias com universidades nas áreas
de pesquisa e de educação ambiental
aplicada às comunidades dos 14 municípios
pertencentes ao entorno.
Outro motivo para comemoração
é o aumento do número de turistas
no local. Ano passado, 764.709 pessoas visitaram
as Cataratas do Iguaçu, contra 645.832
registrado em 2002, ou seja, um crescimento
de 18,4%. Pegoraro lembrou que hoje o parque
é referência na exploração
do turismo graças a revitalização
implantada dois anos atrás.
A reestruturação incluiu a construção
de um amplo Centro de Visitantes, do Espaço
Porto Canoas (restaurante, loja de souvenir
e ambulatório médico), novo
sistema de transporte, abertura de trilhas
radicais no meio da mata e no Rio Iguaçu.
Isso sem falar em novos passeios, como o Canion
Iguaçu, que permite o turista fazer
rapel, arvorismo e rafting. E tem ainda a
nova estrutura do Macuco Safari, o famoso
passeio de barco até o pé de
um conjunto de cachoeiras.
Localização - Localizado no
Oeste do Paraná, o Parque Nacional
do Iguaçu possui 182 mil hectares e
420 quilômetros de extensão.
Essa área é um dos maiores remanescentes
da Mata Atlântica (bioma que vai do
Rio Grande do Norte até ao Rio Grande
do Sul, restando apenas 7,3% de sua formação
original da época do descobrimento).
O parque abriga a maior e mais importante
área de floresta Estacional Semidecídua
do País, com formações
de Floresta Ombrófila Mista (Arauacárias).
Em seu interior a floresta possui significativas
amostras da fauna e flora, contendo diversas
espécies animais em perigo de extinção,
como a onça-pintada, puma, cachorrro-do-mato-vinagre,
jacaré-do-papo-amarelo, lontra, jacutinga,
gavião-de-penacho, papagaio-do-peito-roxo.
A flora também é rica, com inúmeras
espécies. Os destaques ficam para peroba,
araucária, pau-marfim e jaracatiá,
bromélias e orquídeas. As principais
ameaças para a sua conservação
são a caça, pesca e o corte
de palmito, além do isolamento genético
causado pela expansão agrícola.
O parque tem este nome por incluir em sua
área importante parte do rio Iguaçu
e as Cataratas do Iguaçu, atração
conhecida mundialmente e visitada por cerca
de 800 mil turistas por ano. A palavra iguaçu
é de origem guarani e significa água
(i) grande (guaçu).
Histórico - O parque nasceu com a preocupação
dos países, principalmente dos industrializados,
em defender seus ambientes naturais, criando
áreas protegidas para a flora e a fauna.
O objetivo era resguardar não só
a vida dos ecossistemas e dos mananciais de
água, mas também as belezas
cênicas dos monumentos naturais.
Dentro desse espírito, nascem no Brasil
os três primeiros parques nacionais:
o de Itatiaia, em 1937, e os de Iguaçu
e da Serra dos Órgãos, em 1939.
Antes disso em 1876, o engenheiro André
Rebouças havia proposto a D. Pedro
II a criação de um parque nacional
protegendo as Cataratas do Iguaçu e
as Sete Quedas em Guaíra, no rio Paraná.
Em 1916, Santos Dumont, visitando as Cataratas,
impressionado com a beleza das quedas, manifestou
que aquelas terras não deveriam ser
particulares. Três meses depois, por
meio do Decreto Nº. 653, de 28 de julho
de 1916, o Estado do Paraná declara
de utilidade pública aquela área
para estabelecer uma povoação
e um parque.
Em 20 de outubro de 1930, pelo Decreto Nº
2.153, o Estado do Paraná amplia para
cerca de 3.300 hectares a área já
desapropriada. É ainda por meio do
referido decreto que aquelas terras são
doadas ao Governo Federal. Este cria o Parque
Nacional do Iguaçu através do
Decreto Nº. 1.035, de 10 de janeiro de
1939.
Os limites atuais viriam a ser complementados
em 1981. Por fim, em novembro de 1986, o parque
foi incluído pela Organização
das Nações Unidas para Educação,
Ciência e Cultura (Unesco), na Lista
de Patrimônio Natural da Humanidade.
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