|
CATADORES
DE LIXO PROMOVEM ENCONTRO PARA DEBATER QUESTÃO
AMBIENTAL
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2004
|
|
A Cooperativa dos
Catadores de Lixo e Reciclagem 100 Dimensão
realiza hoje encontro para debater a questão
ambiental e para conscientizar as pessoas da importância
da preservação do meio ambiente na
geração de renda. O 1º Encontro
Sócio-Ambiental, em comemoração
ao Dia Internacional do Meio Ambiente, está
sendo realizado na cidade satélite de Riacho
Fundo II (25km de Brasília).
Promovido pela entidade, em parceria com a Caixa
Econômica Federal e o Sebrae, o encontro deve
reunir, até o final do dia, cerca de mil
pessoas que poderão participar de palestras
e oficinas educativas relacionadas à questão
ambiental. “Nós estamos formando o gestor
ambiental, porque ele vai estar ajudando a limpar
a natureza e a gerar renda em sua comunidade”, destacou
a presidente da cooperativa, Sônia da Silva.
A 100 Dimensão existe há seis anos
e foi criada por antigos moradores de ruas e catadores
de papel, que hoje se orgulham de trabalhar em um
emprego que gera renda e ajuda outras pessoas. Atualmente,
a cooperativa tem 130 integrantes que trabalham
na separação e reciclagem do lixo
e, beneficia outras duas mil pessoas indiretamente,
através de cursos de teatro, reciclagem,
artesanato, hip hop e circo, no projeto Empreendendo
Arte. “Cada pessoa que participa, aprende a separar
seu próprio lixo e ainda mobiliza outras
três pessoas”, comemora Sônia.
Os catadores conseguem reciclar cerca de 100 toneladas
de lixo por mês. O material é recolhido,
principalmente, em condomínios e órgãos
públicos, como a Presidência da República
e o Supremo Tribunal Federal. “Esperamos aumentar
nossa capacidade, até o final desse ano,
para 400 toneladas”, explicou ela.
Para a catadora de lixo, Juciara da Conceição,
a cooperativa foi a chance que precisava para encontrar
um emprego e resgatar sua cidadania. Juciara morou
na rua durante sua adolescência e, depois
de passar por um orfanato, encontrou ajuda dos catadores
de papel, que a receberam há quatro meses.
“Com 19 anos eu já estava grávida
da minha filha e não tinha para onde ir.
Procurei ajuda e eles me receberam bem”.
Ela conta que aprendeu a respeitar o meio-ambiente
e ainda conseguiu mudar sua vida, antes ligada à
violência das ruas. “Antes eu estava entre
a vida e a morte. Hoje eu me reciclei, aprendi com
as meninas (da cooperativa) e hoje sei que é
importante preservar e a conservar o meio-ambiente”,
disse ela.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Marina Domingos