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EMBRAPA EXPÕE ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA O CULTIVO DO CAFÉ NA AMAZÔNIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2004

Pesquisas voltadas para o manejo agroecológico do café foram apresentadas para mais de 100 agricultores familiares do município de Machadinho d'Oeste, localizado a 350 quilômetros da capital de Rondônia, Porto Velho, na última sexta-feira, 04. Pesquisadores da Embrapa Rondônia (Porto Velho-RO), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, transmitiram seus conhecimentos em quatro estações – café arborizado, sistemas orgânicos de produção da cultura, técnicas de manejo agroecológico e controle biológico de pragas – instaladas no Campo Experimental da Empresa. "Nosso objetivo é mostrar aos produtores alternativas viáveis de uso da terra, sem agredir o meio ambiente", explica a pesquisadora e chefe de Pesquisa & Desenvolvimento da Empresa, Vanda Gorete Rodrigues.
Experimentos montados no campo comprovam na prática estudos desenvolvidos pelos pesquisadores: técnicas adequadas de manejo podem oferecer um produto mais saudável, em harmonia com o meio ambiente, agregando valor à produção. É o caso do café produzido no Campo Experimental, conduzido sem o uso de substâncias químicas. Para controlar o ataque de pragas ou doenças são usados produtos naturais, como a calda de fumo, que possui propriedades fitossanitárias, ou o fungo beauveria bassiana, inimigo natural da broca do café.
"Não tenho dúvida que o dia de campo foi realizado em um momento muito importante, apresentando técnicas que podem aumentar a qualidade de vida de produtores familiares", diz a presidente da Cooperativa dos Trabalhadores Agro Ambientais de Rondônia, Célia Garcia Souza, organização que reúne assentados da reforma agrária de 11 projetos implantados no Estado. O café constitui uma das mais importantes formas de uso da terra em Rondônia. O Estado é o segundo maior produtor de grãos da cultivar conilon, do tipo Robusta, utilizada em cafés do tipo solúvel. Abaixo, conheça as principais técnicas apresentadas pelos pesquisadores:

Estação 1 – Café Arborizado
Pesquisadora: Vanda Gorete Rodrigues
Conteúdo: Manejo agroecológico do café; plantio de espécies florestais (bandarra, teca, pinho cuiabano e cedro australiano) com café conilon na mesma área: o produtor pode ter renda extra com a extração de madeira, além de recuperar áreas desmatadas com a introdução de árvores;

Estação 2 – Técnicas de Manejo
Pesquisador: Rogério Sebastião Corrêa da Costa
Conteúdo: Importância da poda, através da renovação de ramos produtivos. O resultado é um maior arejamento e iluminação da lavoura; tipos de poda do café conilon: recepa (corte dos pés em ruas alternadas para manter a produção), desbaste lateral (corte dos ramos nas laterais) e podas de produção (corte dos ramos esgotados); utilização de cobertura morta (palha de café, por exemplo) para manter a matéria orgânica no solo; utilização de cobertura verde no solo (leguminosas, fixando o nitrogênio).

Estação 3 – Produção de Café Orgânico
Pesquisador: Francisco das Chagas Leônidas
Conteúdo: café conilon conduzido de forma orgânica no Campo Experimental da Embrapa Rondônia em Machadinho d'Oeste; condução do experimento: aplicação de calcário (rocha moída) para correção do solo, preparo de mudas e sementes, plantio de leguminosas para fixação de nitrogênio no solo, produção de biomassa e aumento do número de nutrientes, utilização de cobertura morta no período de estiagem; produtividade do café: média de 14 sacas / hectare. Apesar de baixa, segundo o pesquisador, o valor de cada saca orgânica – acima de R$ 300 – supera a saca de café convencional, cotada a aproximadamente R$ 100;certificação: uma das metas da pesquisa para 2004.

Estação 04 – Controle Biológico da Broca-do-Café
Pesquisador: José Nilton Medeiros Costa
Conteúdo: ciclo de vida e ação da broca no café, principal praga da cultura em Rondônia. É uma porta de entrada para fungos, causando apodrecimento e comprometendo a qualidade dos grãos; utilização do fungo beauveria bassiana para controle da broca. Ação: o inimigo natural causa a morte do inseto. Aplicação: por meio de pulverizadores; comercialização: em Rondônia, a multiplicação do fungo em escala comercial ainda depende de ações do Governo e da iniciativa privada, já que pesquisas comprovaram que a ação do fungo de outras regiões brasileiras não alcança níveis satisfatórios de eficiência no Estado. Segundo o pesquisador, estudos estão sendo realizados pela Embrapa Rondônia com o objetivo de identificar quantidades adequadas do fungo para a região.

Apoio: Emater-RO, Incra, Ceplac, Governo de Rondônia (Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social – Seapes), Prefeitura Municipal de Machadinho d'Oeste e Projeto Lumiar (Assistência Técnica nos Assentamentos Integrantes do Programa de Qualidade e Produtividade nos Assentamentos de Reforma Agrária / Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA).

Fonte: Embrapa (www.embrapa.gov.br)
Guilherme Ferreira Viana

 
 
 
 

 

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