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MATA ATLÂNTICA
GANHA PARQUE NACIONAL DE 57 MIL HECTARES
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2004
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Publicado
na segunda-feira (7/6) o decreto de criação
do Parque Nacional da Serra do Itajaí, no
leste de Santa Catarina. Um dos maiores do bioma,
é resultado de um processo que teve início
em 2000, com o envio da proposta para o Ministério
do Meio Ambiente pelo Conselho da Reserva da Biosfera
da Mata Atlântica.
O Vale do Itajaí foi considerado uma das
80 áreas prioritárias para a criação
de Unidades de Conservação (UCs),
de acordo com a Avaliação de Áreas
e Ações Prioritárias para a
Conservação da Mata Atlântica
e Campos Sulinos, trabalho desenvolvido por um consórcio
de ONGs em 1999, sob a coordenação
do Ministério do Meio Ambiente.
Parque Nacional
da Serra do Itajaí protege um dos maiores
remanescentes de Mata Atlântica do Sul do
país
A Unidade de Conservação
de Proteção Integral abrange parcialmente
nove municípios - Ascurra, Apiúna,
Blumenau, Botuverá, Gaspar, Guabiruba, Indaial,
Presidente Nereu e Vidal Ramos - e abriga diversas
espécies em extinção, entre
as quais a canela-preta, canela-sassafrás,
xaxim, gavião-pombo e papagaio-de-peito-roxo.
De acordo com um estudo da Universidade Regional
de Blumenau, existem pelo menos 845 espécies
de flora e da fauna na região, que concentra
ainda 78% dos mamíferos encontrados em Santa
Catarina, 38% das aves e 47% das árvores
e arbustos.
"As principais nascentes dos rios da região
nascem no parque", informou Wigold Schaffer,
coordenador do Núcleo Mata Atlântica
da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA.
O Ministério do Meio Ambiente calcula que
os mananciais do parque seria possível abastecer
uma população de 2 milhões
de habitantes.
A proposta de criação do parque foi
encaminhada em 2000 pelo Conselho Estadual da Reserva
da Biosfera da Mata Atlântica ao Ministério
do Meio Ambiente (MMA), que iniciou estudos em agosto
de 2001, em parceria com o Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) e em cooperação técnica
com o Comitê Estadual da Reserva da Biosfera,
finalizados em dezembro de 2002. Com a mudança
de governo, foi formada uma força-tarefa
com técnicos do MMA, do Ibama, da Universidade
Federal de Santa Catarina, da Universidade Regional
de Blumenau (Furb), da Fundação do
Meio Ambiente de Santa Catarina, entre outros, para
a realização de estudos complementares.
Em maio deste ano, foram organizadas audiências
públicas em Blumenau, Indaial e Apiúna.
Para atender à reivindicação
de uma parcela da população local
que temia que a criação da UC engessasse
a atividade agrícola da região, habitada
por cerca de 500 mil pessoas, a zona de amortecimento
foi alterada de 10 quilômetros para 500 metros.
Com a finalização dos trâmites
burocráticos e envio da minuta de decreto
à Casa Civil, o anúncio da criação
era aguardado desde o Dia Nacional da Mata Atlântica
(27/5). Nova expectativa alguns dias depois, quando
a ministra do Meio Ambiente anunciou a criação
de quase 500 mil hectares de Unidades de Conservação
durante as comemorações da Semana
do Meio Ambiente.
De acordo com o decreto de criação
da UC, o conselho consultivo, que deverá
acompanhar a elaboração, implementação
e revisão do plano de manejo do parque, deverá
ser formado em 120 dias, com representação
paritária de órgãos públicos
e sociedade civil.
Em recente entrevista ao Instituto Socioambiental
(ISA), o secretário de Biodiversidade e Florestas,
João Paulo Capobianco, afirmou que assim
que o parque fosse criado seria também assinado
um termo de cooperação entre o Ibama
e as prefeituras locais para o estabelecimento de
critérios de acesso ao parque. Neste sentido,
o decreto de determina que as culturas de espécies
florestais exóticas existentes no interior
da UC poderão ser exploradas por dois anos.
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa (Cristiane Fontes)