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REGIÃO
NORTE TAMBÉM TERÁ ACESSO À
ENERGIA ALTERNATIVA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2004
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“Um desafio enorme”
– assim o coordenador do programa Luz para Todos
na região Norte, Israel Bayma, define a universalização
do uso de energia elétrica na Amazônia.
"Já está em andamento o compromisso
do governo de levar energia elétrica para
todo cidadão brasileiro", lembra Bayma,
também diretor de Planejamento e Engenharia
da Eletronorte, empresa presente em nove Estados
e que administra a Hidrelétrica de Tucuruí,
entre outras.
Segundo o gerente de Coordenação da
Universalização de Energia Elétrica
da Eletronorte, Joaquim Carlos da Cruz, nesta primeira
fase será dada ênfase à extensão
da rede, para que um maior número de pessoas
possa ser beneficiado. No caso da Eletronorte, acrescentou,
também existe um programa de instalação
de energia alternativa, em função
das características da região. E citou
os índios Parakanã, que preferiram
ter energia a partir de placas solares na aldeia
perto de Tucuruí (PA), ao lado da Transamazônica.
Na região Norte, o Luz para Todos começa
com o lançamento de projetos pioneiros. No
Acre, a previsão é de atender 18 mil
famílias, ao custo de R$ 107 milhões.
A Eletronorte se compromete a construir duas linhas
de transmissão: Rio Branco-Brasiléia
(138 Kv) e Rio Branco-Sena Madureira(69 Kv). No
Estado do Amazonas, nos próximos dois anos,
serão beneficiadas 26 mil famílias
ao custo de R$ 150 milhões, a começar
pelo assentamento rural de Tarumã-Mirim,
com 6 mil pessoas, ao custo de R$ 5 milhões.
O Luz para Todos no Acre será instalado no
Pólo Xapuri II, com 5,2 quilômetros
de rede e 30 famílias beneficiadas. Também
beneficiará ex-seringueiros que foram expulsos
de suas terras tradicionais pela expansão
da pecuária – ou pela falência do extrativismo
– e tiveram que se instalar em áreas urbanas
de risco. No caso da Reserva Extrativista Chico
Mendes, em Xapuri, o programa ajudará na
melhora da extração do látex
que será usado na primeira fábrica
pública de preservativos (camisinhas) do
Brasil, com o material não mais importado
da Malásia.
Inclusão
Os maiores desafios
do programa Luz para Todos estão concentrados
nas regiões Norte e Nordeste que, juntas,
representam 78,7% das necessidades rurais a serem
atendidas até 2008. Levantamento feito na
Amazônia aponta 447 mil residências
sem energia elétrica, ou 59,7 % do total.
No Nordeste, são 34,4% das residências
rurais sem luz, o que representa um número
maior: 1.312.410. Pernambuco é uma exceção,
por ter apenas 8,4 % da área rural não
atendida.
A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, explica
que não será preciso repassar os custos
do programa para as contas de luz dos consumidores
porque serão usados recursos públicos.
O programa, lembra ela, "é um acerto
de contas na imensa dívida social com milhares
de brasileiros que ainda estão excluídos
do uso de energia elétrica como instrumento
para o desenvolvimento econômico das comunidades
e para redução da pobreza e da fome”.
Rousseff explica ainda que o mapa da exclusão
da energia elétrica coincide com os índices
de desenvolvimento humano (IDH): 90% das famílias
sem luz têm renda inferior a três salários
mínimos. E 84% vivem em municípios
com IDH de 0,766, bem inferior à média
nacional.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Eduardo Mamcasz