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33ª ASSEMBLÉIA
GERAL DOS POVOS INDÍGENAS DO ESTADO
DE RORAIMA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2004
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As 1.307 lideranças
indígenas dos Povos Ingarico, Macuxi, Patamona,
Sapará, Yekuana, Taurepang, Wapichana, Wai
Wai, Xirixana e Yanomami, das etno-regiões
Amajari, Baixo Cotingo, Raposa, São Marcos,
Serras, Serra da Lua, Surumu, Taiano, Wai Wai e Yanomami,
reunidas na 33ª Assembléia Geral dos Tuxauas
do Estado de Roraima, integrantes do Conselho Indígena
de Roraima - CIR, realizada nos dias 07 a 10 de fevereiro
de 2004 na Aldeia Maturuca, Terra Indígena
Raposa Serra do Sol, com a presença de convidados
indígenas representantes dos povos Xavante,
Karajá e Tukano (Brasil) e Kaliña e
Arowak (Suriname) reafirmam estarem unidas e coesas
na defesa dos seus direitos constitucionais à
posse permanente e ao usufruto exclusivo das riquezas
naturais existentes na terra tradicionalmente ocupada
Raposa Serra do Sol.
A Assembléia têm confiança de
que o procedimento administrativo para a demarcação
da terra indígena Raposa Serra do Sol será
concluído com a homologação da
demarcação feita através da Portaria
820/98 do Ministério da Justiça e com
o registro no Cartório de Registro de Imóveis
em Serviço do Patrimônio da União,
sem prejuízo dos direitos já conquistados.
Para cumprir o compromisso já assumido com
os povos indígenas de Roraima e de todo o Brasil,
o Presidente da República, Luís Inácio
Lula da Silva deverá homologar a demarcação
administrativa da terra indígena Raposa Serra
do Sol, um simples ato administrativo indispensável
e inadiável. A injustificável demora
do ato homologatório tem provocado clima de
tensão na região colocando em risco
lideranças indígenas e os aliados que
defendem a homologação conforme a Portaria
nº 820-MJ, porque os que são contrários
aos povos indígenas vêem a possibilidade
da reversão de direitos.
A falta de ações efetivas do Estado
Brasileiro, no sentido de confirmar os direitos indígenas
amparados pela Constituição Brasileira
com a homologação de Raposa Serra do
Sol, favorece todo tipo de mentiras e acusações
falsas de alguns invasores de nossa terra, que aliciaram
alguns poucos indígenas e contam com o apoio
político do Governo do Estado de Roraima e
de parlamentares federais e estaduais, que tentam
impedir a regularização fundiária
da nossa terra.
Nós povos indígenas e nossas organizações,
em especial o Conselho Indígena de Roraima
- CIR continuarão atuando no sentido de que
as autoridades do governo federal pratiquem os atos
de sua exclusiva responsabilidade legal, por imperativo
constitucional.
Ao mesmo tempo, nossas lideranças e comunidades
indígenas reservam-se o direito de adotar as
medidas necessárias à defesa da integridade
do direito à terra que tradicionalmente ocupamos.
Fonte: Amazônia Org (www.amazonia.org.br)
Fonte: Conselho Indigenista Missionário (www.cimi.org.br) |