|
CONSELHO NACIONAL
INDIGENISTA PEDE AGILIDADE NA DEMARCAÇÃO
DE TERRAS INDÍGENAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Fevereiro de 2004
|
|
Os novos membros do
Conselho Nacional Indigenista querem que a Fundação
Nacional do Índio (Funai) agilize a demarcação
de terras indígenas no país. De acordo
com o conselheiro José Augusto Sampaio, professor
de Antropologia da Universidade da Bahia, a meta é
zerar o passivo de demarcação, “não
só no ritmo como também de forma qualitativa
para evitar conflito”, afirmou. Os conselheiros consideram
a questão fundiária como o “nó”
da situação indígena".
De acordo com Sampaio, a Funai deve ter uma política
fundiária contínua, de intervenção,
não apenas com imprevistos. Existem no Brasil
618 áreas indígenas. Desse total, cerca
de 200 ainda não foram sequer identificadas.
As demais já deram início ao processo
de regularização, como a Reserva Raposa
Serra do Sol em Roraima que aguarda a homologação.
Apesar da ocorrência de conflitos em Roraima,
os conselheiros consideram a homologação
contínua da Reserva Raposa do Sol como o marco
zero para a confiabilidade do governo nas questões
indígenas. “É uma virada na política
indigenista do governo”, comemorou Bruna Franchetto,
membro do Conselho e professora de pós-graduação
em Antropologia Social da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ).
Após a homologação da Reserva,
com a saída dos fazendeiros da área,
a Funai dará início a um programa de
assistência aos índios. O presidente
da FUNAI, Mércio Pereira Gomes, reafirmou que
o governo está finalizando um programa de ajuda
aos índios para consolidar o desenvolvimento
pecuário e a vida agrária dentro da
reserva. O programa prevê investimentos para
áreas produtivas como a construção
de escolas e a criação de linhas de
transporte.
Em Roraima, a Funai
já deu início à demarcação
de outras três áreas. De acordo com o
presidente da Funai, os estudos para a demarcação
da Reserva Tabalascada já começaram.
Na área de 13 mil hectares vivem 220 índios.
A outras reservas são as de Anaro, que tem
30 mil hectares, e Trombetas/Mapuera, onde parte da
reserva fica ao sul de Roraima, área onde vivem
700 índios.
O Conselho, que tem caráter apenas consultivo,
apontou a necessidade de recomposição
do quadro de servidores do órgão. A
renovação inclui a contratação
e qualificação de dois mil servidores.
Os membros do Conselho querem que o Congresso vote,
ainda este ano, o Estatuto do Índio que tramita
no legislativo há 10 anos. Antes de pressionar
o governo e as lideranças no Congresso para
colocar o assunto em pauta, os conselheiros pretendem
rediscutir pontos polêmicos como a exploração
dos recursos naturais em terras indígenas.
Em abril, a Funai dará início ao Censo
Indígena. No levantamento inédito, o
órgão pretende avaliar as terras indígenas,
o índice de crescimento e as condições
de vida, dados que vão subsidiar as políticas
públicas para o setor. O censo será
realizado num prazo de 16 meses, em parceria com o
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
e IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
O custo está estimado em R$ 6 milhões.
Fonte: Amazônia Org (www.amazonia.org.br)
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Cristina Guimarães |