|
PROCESSO DE
CERTIFICAÇÃO DE MADEIRA COMEÇA
A MODIFICAR A VIDA NO SERINGAL
Panorama
Ambiental
Rio Branco (AC) - Brasil
Fevereiro de 2004
|
|
O coordenador da unidade
de trabalho em madeira do seringal Porto Diáz,
Nonato Montefusco, foi categórico em afirmar
que “2004 será o ano que a comunidade do Porto
Diáz mais vai ganhar dinheiro com o manejo”.
Toda a madeira certificada da região é
beneficiada na própria comunidade ou transferida
para a Aver Amazônia, fábrica de móveis
da designer Ethel Carmona, sediada em Xapuri.
Os extrativistas de Porto Diáz estão
com uma remessa pronta para ser exportada para a Alemanha
ainda nesse mês. Basicamente são bálsamo,
ipê-roxo, amarelão e rouxinho as madeiras
que saem de Porto Diáz. Por se tratar de madeira
com alta densidade e vinda de uma zona de certificação,
o preço da matéria-prima saída
do seringal Porto Diáz pode surpreender os
analistas de mercado. Estima-se que nesse ano o metro
cúbico seja negociado a R$ 800. Normalmente
vendida a R$ 200, a madeira certificada do Porto Diáz
encontra o preço adequado para uma região
que vem se consolidando como uma das mais eficientes
em comercialização de madeira certificada,
desde 2002, quando recebeu o selo FSC (Forest Stewardship
Council).
Os produtos florestais já contribuem com 20%
das exportações brasileiras. Se a esse
número for acrescentada a venda de papel e
celulose, chega-se a 28% a contribuição
dos produtos florestais na balança comercial
brasileira.
Cada família pratica o manejo madeireiro uma
área de 10 hectares anualmente. A extrativista
Eremir do Carmo consegue com o manejo madeireiro extrair
até 40 m 3 em sua área. Com um preço
oscilando no ano passado em uma média de R$
700, Eremir do Carmo, só com a extração
de um dos produtos da floresta conseguiu uma renda
de R$ 2,8 mil. “A presença todo o tempo das
pessoas que dirigem as coisas lá na capital
aqui com a gente e a valorização de
coisas nossas da mata foram as duas coisas que mudaram
nos últimos tempos”, constatou a extrativista.
O trabalhador extrativista Altevir Camilo do Nascimento
afirma que “o trabalho nosso aqui preserva a vida
das pessoas lá da cidade também. A importância
do que a gente faz não é só para
nós daqui de dentro, não”, comparou.
O forte da ainda pequena produção do
Porto Diáz está centrado na confecção
de pequenas peças de madeira. Caixas para guardar
chá e pequenos conjuntos de fruteira são
os produtos que mais vendem para os mercados de São
Paulo e do Distrito Federal. O coordenador da unidade
de trabalho em madeira, Nonato Montefusco, afirmou
que a intenção é ampliar a oferta
de produtos mas “isso só será possível
quando a comunidade estiver mais preparada e mais
envolvida ainda do que está com o processo
de manejo comunitário”.
Fonte: Amazônia Org (www.amazonia.org.br)
Fonte: INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(www.ac.gov.br) |