|
FUNAI DEFENDE
REGULAMENTAÇÃO DA EXPLORAÇÃO
MINERAL
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Maio de 2004
|
|
O
presidente da Fundação Nacional do
Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes,
defendeu que Congresso Nacional tome a iniciativa
de regulamentar a exploração de recursos
minerais na áreas indígenas. Para
isso, apontou duas soluções: criar
uma empresa estatal de mineração ou
dar à Funai o poder de intervir nesses casos.
Ele participou hoje de audiência pública
na Comissão da Amazônia, Integração
Nacional e Desenvolvimento Regional, que debateu
o conflito entre índios Cinta-Larga e garimpeiros,
e classificou como “uma tragédia envolvendo
brasileiros" o conflito na reserva Roosevelt.
Mineração
em terras indígenas
O presidente da Funai
deixou claro que seu papel é defender os
índios e que não existe qualquer condição
legal para que o órgão autorize garimpeiros
a minerarem em terras indígenas. Ele destacou
que a exploração mineral em terras
indígenas é proibida pela Constituição.
Diante disso, Mércio assegurou que não
há a menor possibilidade de a Funai autorizar
garimpeiros a minerarem nessas áreas. Na
avaliação do convidado, a principal
questão a ser resolvida é a autonomia
econômica dos índios. Ele ressaltou
que há necessidade de se encontrar um caminho
em que os índios possam se sustentar. Segundo
o presidente da Funai, esse é o desafio para
os próximos anos, não para este Governo
nem para o próximo.
Resultado
do inquérito
Mércio Pereira
afirmou que a Funai espera o resultado do inquérito
policial sobre o conflito. Cobrado por deputados
por uma manifestação mais clara sobre
as mortes de garimpeiros na área, o presidente
da Funai disse que não tem informações
novas a acrescentar. "Nós não
temos mais informações do que um juiz
possa ter, do que os cartórios e as delegacias
possam ter. Então, eu acho que nós
devemos aguardar o inquérito que está
sendo feito pela Polícia Federal", afirmou.
Ele lembrou que a decisão final caberá
à Justiça.
Demarcação
de terras
Mércio Pereira
garantiu que o Governo Lula vai concluir o processo
de demarcação das terras indígenas
no País. Essas terras representam 12,5% do
território nacional, sendo que 10,5% já
foram demarcadas. O presidente da Funai informou
ainda que, ao contrário do que se pensa,
a população indígena está
crescendo. Ele estima que o crescimento é
um movimento estável, e está em 3,5%
ao ano. Atualmente, há 410 mil índios
no Brasil, que representam 220 povos.
CPI
Esta foi a terceira
audiência pública sobre o conflito
que resultou na morte de 29 garimpeiros. O presidente
da Comissão da Amazônia, deputado Júnior
Betão (PPS-AC), disse que o próximo
passo será a criação de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito
para investigar os fatos, uma vez que, afirmou,
a própria polícia está tendo
dificuldade de entrar nas terras dos Cinta-Larga.
Existem dois pedidos de CPI sobre o caso. Um, liderado
pelo PPS, e outro, pelo PL. Os dois têm mais
de 171 assinaturas, que é o número
mínimo para criação de CPI.
Fonte: Agência Câmara
(www.camara.gov.br)
Assessoria de imprensa (Márcia Brandão)