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GREENPEACE
BLOQUEIA DESCARREGO DE SOJA NA ITÁLIA
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Maio de 2004
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60 horas após
abordar o navio panamenho Keoyang Majesty, com um
carregamento de 40.000 toneladas de farelo de soja
transgênica argentina, 18 ativistas do navio
Esperanza do Greenpeace bloquearam hoje o descarregamento
da soja em Chioggia, no Sul da Itália. “Os
consumidores italianos não querem soja transgênica
contaminando nossos alimentos. O Greenpeace demanda
o fim das importações de soja transgênica
para a Itália”, disse Federica Ferrario,
integrante do Greenpeace Itália a bordo do
navio Esperanza.
A polícia italiana e as autoridades portuárias
providenciaram para o Greenpeace a documentação
da carga do navio, a fim de verificar o cumprimento
da legislação européia de rotulagem
e rastreabilidade, que acabou de entrar em vigor
(1). Entretanto, a documentação não
fornece nenhuma informação sobre os
organismos transgênicos do carregamento. O
Greenpeace continua a exigir das autoridades competentes
o cumprimento da nova legislação e
prover a toda a população informações
detalhadas. A organização ambientalista
retirou amostras do farelo para testar.
O Keoyang Majesty é procedente da Argentina
e está transportando farelo de soja transgênica
para ser usada em ração animal pelas
companhias multinacionais Bunge e Cargill. A Itália
importa anualmente 4,2 milhões de toneladas
de soja para alimento e ração animal,
das quais estima-se que mais de 3 milhões
sejam transgênicas ou contaminadas com transgênico.
Pelo mundo
O Greenpeace iniciou
uma campanha mundial contra os alimentos transgênicos.
Muitos carregamentos que podem estar contaminados
com soja transgênica estão sendo alvo
nos portos ao redor do mundo.
O navio Arctic Sunrise está em águas
brasileiras desde meados de abril realizando a expedição
“Brasil Melhor sem Transgênicos”. “Durante
a ação dos inspetores de biossegurança
do Greenpeace no porto de Rio Grande (RS) e de Paranaguá
(PR) percebemos que o Brasil não está
identificando as cargas de soja transgênica
de acordo com as leis nacional (2) e internacional
(3)”, disse Ventura Barbeiro, da Campanha de Engenharia
Genética do Greenpeace Brasil. “Permitir
a contaminação de nossa soja convencional
e não identificar a soja transgênica
pode causar perda de vantagens comerciais para o
Brasil”, completou.
Na Argentina, a situação é
preocupante. “A Argentina está determinada
a produzir soja transgênica para alimentar
porcos, vacas e galinhas do primeiro mundo. Quase
toda a produção argentina é
transgênica. O que sobrou de nossas florestas
nativas estão sendo convertidas em soja transgênica.
Já é hora de parar este pesadelo ambiental
e social na Argentina”, disse Daniela Montalto,
argentina integrante do Greenpeace Internacional,
que está a bordo do navio Esperanza.
NOTAS:
(1) De acordo com
as novas regras européias de rastreabilidade
e rotulagem de produtos geneticamente modificados
que entrou em vigor três semanas atrás,
o “nome comum, cientifico e comercial” dos organismos
geneticamente modificados” dos organismos transgênicos
do carregamento, assim como os seus “códigos
de transformação” ou, quando disponível,
os seus “códigos de identificação
únicos” devem estar disponível na
documentação da carga. O Greenpeace
não teve acesso a nenhuma descrição
dos organismos transgênicos da carga.
(2) Decreto 4680,
de 24 de abril de 2003, e Portaria 2658, de 22 de
dezembro de 2003.
(3) O Protocolo de
Cartagena sobre Biossegurança, sob a Convenção
de Diversidade Biológica das Nações
Unidas (CDB), estabelece padrões mínimos
de segurança no transporte de transgênicos
entre países. O documento já foi assinado
pelo Brasil e mais 90 países. Em fevereiro,
a primeira reunião dos países- membro
do protocolo determinou o requerimento de documentação
mais detalhada e rotulagem de organismos geneticamente
modificados. A documentação incluída
no transporte entre os países terão
que incluir “nomes comuns, comerciais e científicos”
dos organismos transgênicos transportados
pelo navio, bem como seu código de evento
de transformação ou, quando possível,
“ um único código identificador”.
Fonte: Greenpeace (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa