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INDÍGENAS
DESOCUPAM SEDE DA FUNASA EM ATALAIA DO NORTE
(AM)
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Julho de 2004
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Em reunião
com diretor da Funasa, indígenas expuseram
problemas relativos à assistência médica
na região do Vale do Javari e firmaram acordo
com a fundação.
O grupo de índios
que havia ocupado a sede da Fundação
Nacional da Saúde (Funasa) em Atalaia do
Norte deixou o local após uma negociação
com o diretor de Saúde indígena da
fundação, Alexandre Padilha, realizada
nos dias 08 e 09 deste mês.
As partes firmaram um Termo de Acordo, conjugando
os interesses estabelecidos na lista de reivindicações
indígenas e no plano emergencial elaborado
pela Funasa.
Foi definida a instalação de uma comissão
deliberativa, responsável pela organização
dos serviços de saúde do DSEI, em
caráter provisório, neste momento
em que chega ao fim o convênio com o Civaja
(Conselho Indígena do Vale do Javari). Também
foram acertadas reforma e melhorias na estrutura
da Casa de Saúde Indígena de Atalaia
do Norte, além da liberação
dos recursos da última parcela do convênio
do Civaja com a Funasa. O convênio com o Civaja
não será mais renovado, uma vez que
a Funasa está implantando um novo modelo
de saúde indígena, assumindo as funções
principais da assistência médica.
Mesmo após o acordo com a direção
da Funasa, os índios estão insatisfeitos.
A região enfrenta um surto de hepatite e
diversas mortes ocorreram, principalmente no ano
passado. Jorge Oliveira, 27, coordenador do Civaja,
afirmou que "as lideranças nas aldeias
estão muito revoltadas com tudo isso, querendo
descer para ver o que está acontecendo. Nós
estamos sofrendo pressão destas lideranças,
estamos numa situação muito difícil."
As reclamações específicas
dos índios dizem respeito ao corte no fornecimento
de luz e à falta de comida na Casa de Saúde
Indígena de Atalaia do Norte; à falta
de trasporte para pacientes indígenas que
tiveram alta e precisam voltar às suas aldeias
e ao fato da chefe do Distrito Sanitário
Especial Indígena não ter sido afastada
do posto, conforme a exigência feita ao diretor
da Funasa pelos índios. Segundo Oliveira,
o diretor havia concordado com esta exigência.
Segundo a chefe do Distrito Sanitário Especial
Indígena do Vale do Javari, Cleide Ana Brotas,
"na Casa de Saúde Indígena há
luz, temos água e temos comida." Segundo
Brotas, "sempre tem transporte, só foi
interrompido durante a invasão". Quanto
à sua saída da chefia do distrito
ela afirmou: "Quem vai decidir isso são
os meus superiores, não tenho nada a declarar
sobre isso."
Fonte: Amazônia ORG (www.amazonia.org.br)
Assessoria de imprensa (Maurício Araújo)