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GOVERNO
ANUNCIA R$ 40 BI PARA AGRICULTURA, ENQUANTO
COMBATE AO DESMATAMENTO ESTÁ PARADO
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Junho de 2004
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O plano Safra,
anunciado hoje pelo governo federal, mostra a disparidade
entre os investimentos governamentais na produção
agrícola e aqueles destinados à proteção
ambiental e desenvolvimento sustentável.
Foram anunciados
R$ 39,5, bilhões para o financiamento da
safra 2004/05. Enquanto isso, o Plano para Controle
e Combate ao Desmatamento na Amazônia, orçado
em 1% desse total (R$ 400 milhões), ainda
não recebeu os recursos adicionais necessários
para sua implementação prometidos
pela presidência da República em fevereiro
(cerca de R$ 300 milhões, uma vez que os
demais R$ 100 milhões eram recursos já
previstos no orçamento para 2004).
“O Governo Lula está dando claros sinais
de que sua prioridade é estimular atividades
de grande impacto ambiental, em vez do desenvolvimento
sustentável que constava do programa de governo”,
afirma Paulo Adário, coordenador da Campanha
Amazônia do Greenpeace.
Para citar apenas a área de fiscalização,
monitoramento e controle, uma das mais críticas
para se deter as taxas alarmantes verificadas em
2003 (o segundo maior desmatamento da história,
de 23.1000 km2), dos R$ 67 milhões orçados,
apenas R$ 4 milhões haviam chegado ao Ibama
até a última semana. A compra de carros,
computadores, GPS e rádios para equipar os
escritórios locais, bem como a contratação
de pessoas, previstos no plano, ainda não
se concretizou.
Ao mesmo tempo, já há informações
sobre grandes desmatamentos em curso em áreas
críticas, como na região do rio Iriri,
município de Altamira, na área conhecida
como Terra do Meio, no Pará e no município
de Lábrea (AM), onde houve grandes desmatamentos
no ano passado.
Outros programas de governo, destinados a estimular
o desenvolvimento sustentável na Amazônia,
como o PAS (Programa Amazônia sustentável)
também caminham a passos lentos. O PAS executou,
até maio, apenas 2,66% dos R$ 51,2 milhões
previstos para 2004, de acordo com levantamento
do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos).
O PNF (Programa Nacional de Florestas, gastou apenas
6,26% dos R$ 23,4 milhões previstos.
O Plano Safra, anunciado hoje, prevê investimentos
de R$ 600 milhões no custeio de pastagens
e pecuária, um aumento de 50% em relação
ao ano anterior. Estudo recente do Banco Mundial
aponta a pecuária como uma das principais
causas no desmatamento da Amazônia, devido
à conversão da floresta em pastagens.
Fonte: Greenpeace (www.greenpeace.gov.br)
Ascom