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GRANDES
CORPORAÇÕES LIVRES DE
QUALQUER CONTROLE?
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2004
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Durante conferência
de Unctad, os EUA lutam para minar a responsabilidade
corporativa no processo de globalização
O Greenpeace, a Oxfam,
a Rede do Terceiro Mundo e a Amigos da Terra Internacional
fizeram um chamado para os ministros que participam
da 11ª Conferência sobre Comércio
e Desenvolvimento da ONU (Unctad), para que garantam
que as multinacionais não solaparão
o desenvolvimento sustentável. As organizações
exigem que os ministros resistam às tentativas
dos EUA de diluir compromissos governamentais já
existentes, que visam a responsabilizar as empresas
por suas ações em todo o mundo.
A questão da responsabilização
das empresas, que inclui a transparência,
a prestação de contas e a responsabilidade
jurídica, tornou-se um dos temas mais controversos
no encontro da Unctad em São Paulo, que está
sendo realizado entre 13 e 18 deste mês. Os
EUA vêm tentando minar o compromisso de promover
a responsabilidade corporativa feito por mais de
100 chefes de Estado e Governo na Cúpula
da Terra de Joannesburgo (África do Sul),
em 2002. Os países em desenvolvimento querem
regras internacionais que assegurem que as empresas
contribuam efetivamente para o desenvolvimento.
A União Européia, até agora,
falhou em defender o acordo da Cúpula da
Terra, colocando sob dúvida seu próprio
compromisso para o desenvolvimento sustentável.
A Oxfam, o Greenpeace, a Rede do Terceiro Mundo
e a Amigos da Terra Internacional pedem que os países
em desenvolvimento mantenham-se firmes ao seu compromisso
com a responsabilidade corporativa, e que a União
Européia apóie ativamente a postura
desses países.
"A Unctad não pode se tornar refém
de um governo americano manipulado pelas grandes
empresas e determinado a minar os acordos multilaterais
que buscam avanços na qualidade de vida das
pessoas e na proteção do meio ambiente",
afirmou Marcelo Furtado, coordenador de políticas
públicas para a América Latina e o
Caribe, do Greenpeace.
"O poder financeiro, tecnológico e político
das corporações multinacionais ultrapassam
o poder de muitos países, especialmente no
mundo em desenvolvimento. A responsabilidade corporativa
é absolutamente imperativa para garantir
um equilíbrio na economia global atual",
disse Sander van Bennekom, da Oxfam.
A 11ª Unctad admite que as grandes empresas
desempenham um papel chave no processo de desenvolvimento.
O Greenpeace, a Oxfam,a Rede do Terceiro Mundo e
a Amigos da Terra Internacional demandam que os
governos contrabalanceiem este poder com uma maior
responsabilidade corporativa. Estudos das Nações
Unidas demonstram que iniciativas voluntárias
não são suficientes para garantir
um desenvolvimento justo e ambientalmente seguro
(www.unrisd.org).
"A Unctad precisa avançar sobre os compromissos
de Joannesburgo e propor uma regulamentação
internacional obrigatória para as corporações
internacionais", afirmou Meena Raman, da Amigos
da Terra.
Fonte: Greenpeace (www.greenpeace.gov.br)
Ascom