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TECNOLOGIA
MELHORA A VIDA DE QUASE TRÊS MIL ÍNDIOS
EM RORAIMA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2004
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Ações
de transferência de tecnologias e de pesquisas
participativas da Embrapa Roraima (Boa Vista, RR),
unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, estão melhorando a vida
de quase três mil índios, das etnias
Macuxi, Taurepang e Wapixana, em doze comunidades.
Unidades demonstrativas e de observação
com mandioca, feijão caupi e frutas já
conseguiram bons resultados e estão contribuindo
para que os indígenas, além do abastecimento
familiar, possam vender o excedente.
A comunidade Barro, na Vila Surumu, no município
de Pacaraíma, a 220 quilômetros de
Boa Vista, é o exemplo mais bem acabado.
Lá, os índios já estão
comercializando o excedente da produção
de banana, maracujá e melancia. "A cada
colheita, há uma festa", diz o assistente
de pesquisa Ozélio Isidório Messias,
que é índio Macuxi e supervisiona
as unidades demonstrativas.
Na comunidade Maracanã, no município
de Uiramutã, a 306 quilômetros de Boa
Vista, com a produção de mandioca
que eles esperam para este ano, o pensamento é
um só: colocar em funcionamento a fábrica
de farinha do município para suprir as necessidades
da população e exportar o excedente.
A maloca Flexal, também no município
do Uiramutã, também será beneficiada.
A Embrapa Roraima vai fazer, ainda este ano, a seleção
do feijão Flexal no próprio material
cultivado pelos índios. O objetivo é
melhorar a produtividade.
O feijão caupi, uma das jóias da agricultura
familiar, está reinando na comunidade São
Jorge, em Pacaraíma. A variedade Mazagão
vem sendo cultivada desde 2003, com uma produtividade
média de 1 tonelada por hectare. A mandioca
é outro produto cultivado pela comunidade.
Avanço - Os índios de Roraima não
querem mais ficar limitados à agricultura
de várzea. Eles pensam agora em cultivar
nas áreas de lavrado (cerrado). A comunidade
Contão, que também pertence ao município
de Pacaraíma, tem motivos de sobra. Quando
o rio Cotingo tem uma cheia, alagando as plantações,
o desespero bate à porta dos indígenas.
Por isso, eles querem trabalhar no lavrado, mesmo
sem a mecanização.
No Contão, o pesquisador Dalton Roberto Schwengber,
instala, agora em junho, uma unidade de observação
com mandioca numa área de lavrado. Variedades
como a RR-0035, com aptidão para farinha,
que já apresentou uma produtividade média
de 44, 6 toneladas por hectares, em cultivo de dois
ciclos de 27 meses, serão testadas. Em julho,
será a vez do feijão caupi chegar
à comunidade através de outra unidade
de observação.
As tecnologias da Embrapa Roraima estão chegando
também às comunidades de Boca da Mata,
Milho, Truaru, Uiramutã II, Nova Vida, Flexal,
Ticoça e Anta. Na Boca da Mata o trabalho
está sendo de pesquisa participativa. O pesquisador
Geraldo Nogueira Filho instalou uma unidade de observação
de abacaxi, da variedade Cabeça de Anta,
de uso tradicional dos índios. Nas outras
comunidades, serão instaladas unidades de
observação de feijão caupi
e de mandioca. Nessa ação, serão
testadas, para melhoramento, as variedades de mandioca
Anita, Gabi e Jaricuna, usadas tradicionalmente
pelos indígenas.
Fonte: EMBRAPA (www.embrapa.gov.br)