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PRESERVAR
A AMAZÔNIA DEPENDE DO MODELO DE DESENVOLVIMENTO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Julho de 2004
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LBA
apresentará principais experiências
para o Ministério do Meio Ambiente
27/07/2004 - "Para
a Amazônia continuar a cumprir sua função
ambiental e a trazer benefícios para a população
brasileira e mundial, o Brasil precisa construir
a necessária ponte entre preservação
e desenvolvimento", disse a ministra do Meio
Ambiente, Marina Silva, na abertura da 3ª Conferência
Internacional do LBA (Experimento de Grande Escala
da Biosfera-Atmosfera da Amazônia), nesta
terça-feira, em Brasília (DF). Durante
o encontro do LBA, considerado um dos mais importantes
experimentos científicos em andamento no
globo, serão apresentadas inúmeras
novas informações e pesquisas sobre
a dinâmica dos ecossistemas amazônicos,
em acelerado processo de transformação
pela ação humana, e quanto a sua influência
no clima regional e mundial.
Em seu discurso, Marina Silva destacou ações
do governo federal para a conservação
da floresta amazônica, como programas e projetos
implementados com apoio do PPG7 (Programa Piloto
para a Proteção das Florestas Tropicais
do Brasil) e o PAS (Programa Amazônia Sustentável).
O PAS conta com cerca de R$ 400 milhões em
2004, e com a participação de 15 ministérios.
Suas linhas de atuação tem como base:
gestão ambiental e ordenamento territorial;
produção sustentável; inclusão
social e cidadania; infra-estrutura para o desenvolvimento;
e um novo padrão de financiamento para a
região. "Quando assumimos o governo,
decidimos que o combate ao desmatamento e às
queimadas na Amazônia seria um esforço
de todo o governo", disse a ministra.
De acordo com Marina Silva, a primeira fase do PAS
está concluída, quando foram definidas
as principais linhas de atuação governamental
para tentar frear o avanço do desmatamento.
Agora, disse, serão consultados setores como
a sociedade civil, a comunidade científica
e o setor empresarial para qualificar o Programa.
O trabalho desenvolvido por várias instituições
e as informações acumuladas pelo LBA
ao longo de mais de seis anos de trabalho, por exemplo,
auxiliarão na consolidação
dessas propostas e ações voltadas
ao desenvolvimento sustentável da região.
As ações propostas pelo PAS deverão
ser capazes de conciliar a evolução
econômica e social da região com a
renovação natural da floresta.
Para Carlos Nobre, presidente do Comitê Científico
Internacional e coordenador científico do
LBA, as motivações que levaram à
implementação do Experimento, há
10 anos, ainda persistem com os altos índices
de desmatamento e de queimadas que são registrados
a cada período na região. Entre 2002
e 2003, 23.1000 quilômetros quadrados foram
desflorestados na Amazônia brasileira. Nobre
salientou, ainda, a necessidade de investimentos
constantes para a continuidade do trabalho do LBA
e para garantir a permanência de pesquisadores
na região. "A Amazônia deveria
receber um grande 'impulso científico' devido
a sua importância para o Brasil e para o mundo",
disse o pesquisador.
Também participaram da abertura do evento,
que segue até quinta-feira (29), na Academia
de Tênis, Paulo Artaxo, coordenador da 3ª
Conferência do LBA, Diane Wickland, gerente
do Programa de Ecologia Terrestre da Nasa (Agência
Espacial Norte-Americana), Cylon Gonçalves
da Silva, secretário de Políticas
Estratégicas e de Desenvolvimento Científico
do MCT, Flávio Luizão, do Inpa (Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia), que completa
50 anos nesta terça-feira, e Yadvinder Malhi,
representando a Comissão Européia.
Apresentação
O Ministério
do Meio Ambiente proporá à coordenação
do LBA uma apresentação de suas principais
experiências e resultados ao Grupo Permanenente
de Trabalho Interministerial para a Redução
dos Índices de Desmatamento da Amazônia
Legal. O encontro deverá ocorrer na próxima
semana. De acordo com o secretário de Biodiversidade
e Florestas do MMA, João Paulo Capobianco,
o objetivo é levar ao Grupo, formado por
representantes de 15 ministérios, subsídios
para a formulação e qualificação
de políticas públicas. "O desafio
é usar os recursos naturais com mais inteligência
e racionalidade, de modo diferente do que tem ocorrido",
disse.
O LBA tem como principal função estudar
as relações entre a Amazônia
e as condições atmosféricas
e climáticas em escala regional e global,
ou seja, traduzir como o desmatamento, as queimadas
e outras alterações no uso da terra
afetam o clima do Brasil, da América Latina
e do mundo. Ao final do experimento, em 2006, também
serão identificadas como as mudanças
climáticas influem na biologia, na química
e na sustentabilidade da floresta. Participam das
atividades do LBA quase dois mil cientistas de todo
o mundo, a maioria de brasileiros, entre eles alguns
dos melhores especialistas em alterações
climáticas e biológicas.
Fonte: MMA – Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom