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QUEIMADAS
REDUZEM CHUVAS LOCAIS E AUMENTAM AS TEMPESTADES
Panorama
Ambiental
Brasília
(DF) - Brasil
Julho de 2004
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28/07/2004 - A exportação
da fumaça das queimadas na Amazônia
pode provocar efeitos climáticos em regiões
como o sul do Brasil, Argentina, Paraguai, Atlântico
Sul e Pacífico equatorial. A afirmação
é da pesquisadora e coordenadora geral do
Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE),
unidade ligada ao Ministério da Ciência
e Tecnologia (MCT), Maria Assunção
Faus da Silva Dias.
A pesquisadora participou da plenária desta
terça-feira (27) da 3ª Conferência
Científica do LBA - Experimento de Grande
Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia,
com a apresentação Desmatamento e
Queimadas como os forçantes da Mudança
Regional Climática na Amazônia. A conferência
termina nesta quinta-feira (29).
Segundo Assunção, parte da fumaça
das queimadas se desloca e permanece no ar, impedindo
a chegada da radiação solar ao solo
e dando origem às frentes frias. A chuva,
por sua vez, “lava” a fumaça e traz para
o chão produtos originariamente distantes
daquele local, devido à migração
dos gases. A penetração de compostos
estranhos àquele ecossistema pode causar
mudanças, como a exterminação
de espécies.
As queimadas também provocam alterações
na freqüência e na composição
das chuvas. As partículas que ficam no ar
fazem com que as gotículas de água
tornem-se muito pequenas, retardando o tempo de
formação de nuvens e a sua conversão
em chuva. Quando ocorre a precipitação,
as nuvens estão bastante carregadas, ocasionando
as tempestades.
Quando não há queimadas, as nuvens
se formam mais rapidamente, transformando-se em
“chuva limpa”. Isso significa que, em um primeiro
momento, as queimadas produzem mais tempestades
e menos chuvas locais.
Fonte: MCT – Ministério
da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa