Panorama
 
 
 

TECNOLOGIA A SERVIÇO DA FLORESTA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Julho de 2004

Embrapa expõe tecnologias de conservação de espécies florestais na 28ª Feira Botânica do Shopping CasaPark, em Brasília

(29/07/2004) Há muito já se sabe que o extrativismo maciço, os desmatamentos e as queimadas são arquiinimigos de nossas florestas. Por outro lado, também é sabido que o progresso não pode parar e, por isso, palavras como sustentabilidade e uso racional tornaram-se, repentinamente, familiares para a população brasileira. A novidade está no fato de que a conservação aleatória, sem o devido conhecimento sobre a genética das espécies florestais também representa uma ameaça para o importante predicado do Brasil, de possuidor da maior biodiversidade do Planeta.
Por isso, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento vem apostando no uso de tecnologias de ponta, como marcadores moleculares, para desenvolver estudos de caracterização genética das espécies florestais, de forma a garantir a conservação e a exploração sustentável das nossas florestas. Quem quiser conhecer algumas dessas espécies e as pesquisas desenvolvidas pela nessa área, pode visitar a 28ª Feira Botânica do Shopping CasaPark, em Brasília, nos dias 31 de julho e 1º de agosto.
Segundo o Ibama, nas últimas décadas, a contribuição da Amazônia na produção de toda a madeira utilizada no Brasil aumentou de 14% para 85%. Mesmo a extração considerada legal é altamente destrutiva e o uso de tecnologia obsoleta resulta em enorme perda de matéria-prima durante o processo produtivo.
Ao mesmo tempo, a produção e exportação de móveis são atividades extremamente importantes para o equilíbrio da balança comercial brasileira. Por isso, é cada vez mais importante investir em pesquisas que auxiliem a conservação e o manejo sustentável das espécies florestais. A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, localizada em Brasília, DF, vem desenvolvendo, desde a sua criação, em 1974, atividades de coleta, caracterização e conservação de espécies florestais.

Genética e botânica unidas na conservação e uso sustentável da Floresta

Um dos destaques no estande da Embrapa durante a 28ª Feira Botânica do Shopping CasaPark será o Projeto Dendrogene (Conservação Genética em Florestas Manejadas na Amazônia), que vem sendo desenvolvido desde 2000 pela Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, PA, em parceria com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e com outras instituições brasileiras, com o apoio financeiro do Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Governo Britânico (DFID). O projeto tem como objetivo aperfeiçoar o manejo florestal, tendo em vista a exploração sustentável das árvores amazônicas.
O Projeto Dendrogene (Dendro=árvore e gene=genética) foi premiado, em 2003, como o vencedor do Prêmio Ford Motor Company de Conservação Ambiental na categoria Ciência e Formação de Recursos Humanos, e recentemente, recebeu o Grande Prêmio SUPER Ecologia 2004, como o melhor projeto ambiental de 2003 da revista Super Interessante.
O manejo das florestas tropicais da Amazônia vinha sendo feito de forma arbitrária em relação às espécies, como se todas fossem iguais e afetadas da mesma maneira pela exploração seletiva. Segundo o coordenador do Projeto na Embrapa Amazônia Oriental, Milton Kanashiro, a identificação correta das espécies arbóreas amazônicas é um princípio básico para se ter conhecimento de nossa biodiversidade.
Por isso, o Dendrogene se baseia na caracterização genética das espécies florestais, através do uso de marcadores moleculares. As pesquisas estão sendo feitas no Laboratório de Genética Vegetal da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia com as seguintes espécies florestais nativas: tatajuba (Bagassa guianensis, Moraceae); andiroba (Carapa guianesis, Meliaceae); cumaru (Dipterix odorata, Leguminosae); jatobá (Hymenaea courbaril, Leguminosae); parapará (Jacaranda copaia, Bignoniaceae); maçaranduba (Manilkara huberi, Sapotaceae); e anani (Symphonia globulifera, Clusiacea). Essas espécies representam diferentes grupos ecológicos e estão entre as mais exploradas no comércio das madeiras para assoalho, construção e compensados.
Um outro ponto fundamental para o desenvolvimento desse Projeto é a identificação botânica das espécies florestais, sem a qual não pode ser realizada a caracterização genética, como explica o pesquisador. Kanashiro ressalta como um dos entraves para a correta identificação botânica das espécies o fato de serem usados com freqüência nomes comuns ao invés de científicos. "Agrupar espécies com o mesmo nome pode representar a perda de sua variabilidade", afirma. Do ponto de vista botânico, estão sendo estudados cinco grupos bem complexos de espécies: angelim; copaíba; tauaris, curupixá e ipê. Cada um desses engloba diferentes espécies.
O Projeto Dendrogene é, portanto, uma soma de conhecimentos genéticos e botânicos acerca da Floresta Amazônica. "Posso afirmar que nunca antes botânica e genética andaram tão juntas", completa Kanashiro .

Sementes de espécies florestais para os visitantes

Quem visitar o estande da Embrapa durante a 28ª Feira Botânica do Shopping CasaPark vai ganhar de brinde sementes de sete espécies florestais brasileiras de importância para várias áreas, como: indústria madeireira, construção civil, paisagismo e recuperação de áreas degradadas, entre outras. São elas: aroeira vermelha, sucupira, capitão do mato, jatobá do cerrado, aroeira da serra, ipê amarelo e ipê preto. Elas vêm acompanhadas de informações importantes, como nomes científicos e formas de utilização.
A 28ª Feira Botânica do Shopping CasaPark acontece no dia 31 de julho (sábado), das 10 às 21 horas; e no dia 1º de agosto (domingo), das 10 às 18 horas.

Fonte: Embrapa (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa (Fernanda Diniz)

 
 
 
 

 

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