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CURSO MOSTRA
QUE RECICLAGEM PODE SE TORNAR UMA OPORTUNIDADE
DE NEGÓCIOS
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Agosto de 2004
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05/08/2004
O ciclo de cursos organizado pela Secretaria
do Meio Ambiente do Estado – SMA desenvolveu,
nesta quinta-feira (5/8), das 9 às
17 horas, o tema “Reciclagem: Novos Desafios”,
com a participação de estudantes,
representantes do poder público e
da iniciativa privada, além de organizações
não-governamentais e outros.
O curso, dividido em dois módulos,
foi organizado pela Coordenadoria de Planejamento
Ambiental Estratégico e Educação
Ambiental – CPLEA, órgão da
SMA, consistindo na apresentação
e debate de questões relacionadas
à reciclagem como oportunidade de
negócio, além de exibir experiências
que revelam a potencialidade criativa e
a possibilidade na geração
de trabalho e renda. |
José Jorge e Pedro Calado
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Na
abertura do evento, o secretário
do Meio Ambiente, professor José
Goldemberg, destacou a importância
do processo de reciclagem criando oportunidades
que podem ser exploradas comercialmente,
articulando de forma harmônica questões
ambientais, econômicas e sociais.
"A reciclagem deixou de ter um caráter
romântico para ser uma oportunidade
de negócios. Nesse contexto, considero
da maior importância a atuação
do SEBRAE, ao mostrar as oportunidades de
negócios, |
do BNDES
ao estabelecer possíveis linhas de
crédito e da UNICAMP que, por intermédio
do ITCP – Incubadora Teconológica
de Cooperativas, vem promovendo tecnologias
para viabilizar a reciclagem tanto do ponto
de vista ambiental como do econômico",
explicou.Para Denise Rodrigues, mestre em
Economia Industrial do BNDES, há
exatamente três décadas, a
instituição financeira tem
uma atuação pioneira na área
de meio ambiente. Para ilustrar, citou a
responsabilidade adquirida pela incorporação
do RIMA – Relatório de Impacto Ambiental
às práticas financeiras e
bancárias no Brasil. "Não
existe nenhuma empresa financiada pelo BNDES
que venha a causar danos ambientais, na
medida em que estamos incentivando mecanismos
para que seus clientes e fornecedores não
tenham práticas incorretas. Com esse
procedimento, a empresa cliente do BNDES
torna-se automaticamente responsável
pela atuação ambiental de
seus clientes e fornecedores", disse. |
José
Jorge e Pedro Calado |
Ao mencionar as dificuldades
naturais de implantação enfrentadas
pelas pequenas e médias empresas, a economista
salientou: "O BNDES sempre disponibiliza recursos
às pequenas empresas que trabalhem com reciclagem.
Os financiamentos são realizados com taxas
de juros a longo prazo, que são as menores
praticadas pela instituição e os maiores
níveis de participação do BNDES
no empreendimento", concluiu.
Reciclagem
de embalagens
Juliana Matos Seidel,
da Tetra Pak, fabricante de embalagens, enfatizou
a preocupação da empresa em estabelecer
um mercado reciclador, pois, segundo disse, "não
adianta produzir embalagens recicláveis se
ninguém as recicla". A embalagem Tetra
Pak é composta por seis camadas sendo quatro
de polietileno, uma de papel e uma de alumínio.
A primeira etapa para o processo de reciclagem é
a desagregação do papel por meio de
agitação em água por um período
de 15 a 30 minutos. O papel resultante pode ser
utilizado, por exemplo, na fabricação
de caixas e cadernos. O plástico e o alumínio,
que sobram dessa primeira etapa de reciclagem, também
são reciclados para produção
de novos materiais, como telhas, móveis ou
“pellets” para a fabricação de peças
plásticas.
Atualmente existem oito empresas que trabalham com
a reciclagem dessas fibras e mais duas estão
em desenvolvimento. Dados de pesquisa da própria
Tetra Pak confirmam o aumento de interesse pela
reciclagem. Em 1993, a reciclagem era praticamente
nula; em 1997, esse número passou para 5%;
e, em 2003, atingiu 20%, o que representa um crescimento
de 33% ao ano.
A empresa, para consolidar o sucesso da reciclagem,
desenvolve um trabalho de conscientização
da população. Com essa finalidade,
há mais de seis anos, efetua ações
de educação ambiental, produzindo
folhetos para a divulgação da coleta
seletiva e da reciclagem, não apenas de embalagens
da Tetra Pak como de outros fabricantes.
Em seis anos do projeto, atingiu mais de 30 mil
escolas, 5 milhões de estudantes e 1.480
professores. O projeto consiste em passar aos estudantes
informações sobre o gerenciamento
do lixo urbano, coleta seletiva, reciclagem e ciclo
de vida dos materiais. Para isso, foi desenvolvido
um “kit” composto pela cartilha "A Embalagem
e o Ambiente" para alunos, pelo caderno do
professor "Meio Ambiente, Cidadania e Educação",
o vídeo "Quixote Reciclado", que
mostra, de maneira lúdica e instrutiva, as
ferramentas para o gerenciamento do lixo urbano,
e a Revista "Cultura Ambiental em Escolas",
com depoimentos e exemplos de ações
propostas no material.
Livros sobre
lixo e coleta seletiva são relançados
O curso “Reciclagem:
Novos Desafios”, realizado nesta quinta-feira (5/8)
pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado – SMA,
apresentou palestras de especialistas de diversas
áreas que abordaram questões relativas
às tecnologias de reciclagem, envolvimento
da comunidade e linhas de financiamento de projetos.
No final do evento, ocorreu o relançamento
das publicações “Coleta Seletiva para
Prefeituras: Guia de Implantação”
e “Guia Pedagógico do Lixo”, editadas pela
Coordenadoria de Planejamento Ambiental Estratégico
e Educação Ambiental – CPLEA. Ambas
as publicações encontram-se disponíveis
no site www.ambiente.sp.gov.br, para uso de escolas,
organizações não-governamentais,
prefeituras e outras entidades.
O livro “Coleta Seletiva para Prefeituras: Guia
de Implantação”, que já está
na sua terceira edição, traz textos
dos técnicos João Antonio Fuzaro e
Lucilene Teixeira Ribeiro, da SMA. Com 32 páginas
aborda questões como a educação
ambiental, a coleta seletiva e as formas de implantação,
prevendo tanto a remoção porta-a-porta
como por intermédio de postos de entrega
voluntária.
Traz ainda explicações sobre caracterização
de resíduos, definição de áreas
e locais para implantação e plano
de trabalho, além das estrutura necessária
e mão-de-obra, mostrando como as prefeituras
devem proceder para implantar o sistema de coleta
seletiva nos municípios.
O “Guia Pedagógico do Lixo” está na
quarta edição constituindo uma fonte
de informações para educadores e ambientalistas,
mostrando a amplitude do problema dos resíduos
sólidos e as formas de destinação
adequadas. Tratando a questão de forma abrangente
cita, inclusive, a questão do lixo atômico
informando, por exemplo que as 100 toneladas de
resíduos produzidas na Usina de Angra I se
encontram armazenadas em uma piscina de concreto
de forma a não promover a contaminação
do meio ambiente.
Ao longo de suas 100 páginas relaciona o
lixo com a questão da saúde e qualidade
de vida, trata das formas de destinação
adequadas, processos de decomposição
e reciclagem, além dos aspectos que envolvem
a comunidade cuja conscientização
é fundamental para o equacionamento do problema.
Fonte: Secretaria Estadual do Meio
Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Wanda Carrilho e Cíntia
Frassini)
Foto: José Jorge e Pedro Calado
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