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MACROQUESTÕES
AMBIENTAIS
Panorama
Ambiental
São Miguel Arcanjo (SP) - Brasil
Agosto de 2004
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A região
de Sorocaba conta com um curso de graduação
em Engenharia Ambiental, da Unesp. Tem agora a possibilidade
de conseguir dois novos cursos superiores voltados
para a área ambiental - um de Educação,
outro de Turismo - e, ainda, um Centro de Pesquisas,
todos ligados à Universidade Federal de São
Carlos (Ufscar).
Essa concentração de atividades de
ensino e pesquisa voltadas para o desenvolvimento
auto-sustentável e a defesa ambiental pode
fazer da região um pólo de experimentos
e iniciativas muito importante. Ele seria fundamental
para se preservar o patrimônio natural e cultural
de que a região é depositária
e, principalmente, para caracterizá-la como
uma referência nacional em macroquestões
ambientais.
Concentram-se, em áreas relativamente próximas
a Sorocaba, as formações mais importantes
da Mata Atlântica no País, divididas
entre o Sul de São Paulo e a região
nordeste do Paraná. Se em algum ponto do
Brasil a luta por essa formação florestal
pode ser travada em termos de preservação
e não, ainda, de reconstituição,
é aqui.
De outra parte, temos também áreas
adequadas à expansão de florestas
comerciais e isso, num mundo em que a madeira é
matéria-prima cada vez mais valorizada, abre
caminho para um diálogo importantíssimo
entre conservação e exploração
de recursos naturais, facilitado pela presença
em Itapeva de uma unidade da Unesp que atua exatamente
nesse terreno.
Conta a região com unidades de conservação
oficiais, como o Parque Estadual "Carlos Botelho"
e a Floresta Nacional de Ipanema, a primeira das
quais vem testando um feixe de iniciativas muito
criativas no tocante à interação
com as populações que vivem em seu
entorno.
Nela também se encontram os delineamentos
de uma parceria ambiental inovadora entre os setores
público e privado, girando ao redor do Parque
do Zizo, em São Miguel Arcanjo.
Numa área nevrálgica - preservação
da água - temos tanto iniciativas pioneiras
quanto problemas aterrorizadores mas possíveis,
ainda, de serem controlados.
Caso assustador é o da ocupação
predatória da área de mananciais da
Bacia Hidrográfica de Itupararanga. Em relação
a esta, para grande decepção da opinião
pública, nota-se a ausência, por parte
do Ministério Público, de um trabalho
mais efetivo no sentido de equipar-se para as tarefas
de controle que deve exercer, em que pese o esforço
isolado de procuradorias ambientais como a de Votorantim.
Entre as iniciativas, deve-se destacar o trabalho
do Ceriso e o dos serviços autônomos
de água e esgotos de Sorocaba e Votorantim,
orientados para a despoluição da Bacia
Hidrográfica do Sorocaba, e o trabalho do
Comitê de Bacia do Sorocaba e Médio
Tietê. Elas podem abreviar em muito o tempo
necessário à acumulação
de experiências de preservação.
Por todos esses motivos, é importante que
a aferição da compatibilidade entre
os projetos ambientais das universidades e a preservação
das áreas em que se deseja implantá-los
seja conduzida numa linha de diálogo e busca
de adequação e não de pura
e simples vedação.
Nada pior do que, em nome da defesa ambiental em
nível micro, se criem empecilhos a que se
possa, afinal, em algum lugar do Brasil, qualificar
recursos e desenvolver experimentos que viabilizem
o equacionamento das macroquestões ambientais
que estão destruindo rapidamente os nossos
principais biomas.
Fonte: Jornal do Cruzeiro do Sul
(www.cruzeironet.com.br)
PE Carlos Botelho (José Luiz Camargo Maia)