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PAÍSES
UNEM ESFORÇOS CONTRA A DESERTIFICAÇÃO
Panorama
Ambiental
Fortaleza (CE) – Brasil
Agosto de 2004
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06/08/2004
- Brasil, Argentina, Peru, Venezuela, Chile, República
Dominicana e Honduras, alguns dos países
reunidos na 1ª Conferência Sul-Americana
sobre Combate à Desertificação,
que se encerrou hoje, em Fortaleza, unirão
esforços para reduzir os impactos econômicos,
sociais e ambientais que a desertificação
tem causado à América Latina e ao
Caribe. Com a Declaração de Fortaleza
sobre Cooperação Regional (veja abaixo),
os países da região decidiram compartilhar
políticas, trocar experiências e estimular
a participação social nos processos
decisórios para o desenvolvimento e qualificação
de ações voltadas ao combate à
desertificação. "Espero que outros
países se antecipem e também procurem
dividir experiências com o Brasil", disse
Hama Arba Diallo, secretário-executivo da
Convenção das Nações
Unidas para o Combate à Desertificação
(UNCCD).
Organismos como Instituto Interamericano de Cooperação
para a Agricultura (Iica), Serviço Alemão
de Cooperação Técnica e Social
(DED) e Agência Alemã de Cooperação
Técnica (GTZ), além de representantes
dos ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento
Agrário e das Relações Exteriores,
decidiram criar um comitê para coordenar programas
de apoio nacionais e internacionais, direcionando
esforços à implementação
do Programa de Ação Nacional para
o Combate à Desertificação
e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN
Brasil), lançado oficialmente durante a Conferência.
Para a implementação do PAN Brasil,
o Governo Federal está destinando R$ 23,5
bilhões, somando programas e projetos de
mais de 11 ministérios, até 2007.
Mas o desafio, de acordo com o secretário
de Recursos Hídricos do MMA, João
Bosco Senra, inclui outros fatores, além
de garantir o aporte financeiro. Segundo ele, é
preciso incorporar novos atores aos debates, criar
um sistema de gestão para o Programa, ampliar
a participação das câmaras legislativas
municipais e a troca de experiências entre
governos e sociedade civil, sem falar na difusão
da educação ambiental para convivência
com o Semi-Árido. Com recursos do Fundo Nacional
do Meio Ambiente, da GTZ e do governo holandês,
que somam cerca de R$ 15 milhões, estados
e municípios também poderão
desenvolver novas ações integradas
com o PAN Brasil.
Conforme Senra, ponto focal no Brasil para a Convenção
das Nações Unidas, o Ministério
do Meio Ambiente deverá apresentar em breve,
ao Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), um projeto
para liberação de mais recursos voltados
à efetivação do PAN. "O
Programa brasileiro não é um documento
estático. As oportunidades serão cada
vez maiores tanto quanto for a integração
e a participação de governos e da
sociedade civil nesse processo", disse.
Ciclo histórico
Para Alexandre Oliveira,
da Articulação do Semi-Árido
(ASA), que reúne mais de mil entidades da
sociedade civil, a lógica de combate à
desertificação promovida no Nordeste
brasileiro sempre foi "intervencionista",
baseada em grandes obras de infra-estrutura e sem
participação efetiva da sociedade
civil nos debates sobre o melhor modelo para o desenvolvimento
regional. Segundo ele, a implementação
do PAN Brasil poderá se dar em outra lógica,
rompendo com um ciclo histórico. "A
construção do Programa brasileiro
se deu através de um grande pacto onde a
sociedade não foi um mero coadjuvante, ela
fez a sua parte", disse.
O PAN Brasil procura valorizar o saber local e regional,
estimulando a agricultura familiar e combatendo
a fome e a pobreza. De acordo com Oliveira, as organizações
e a população do Semi-Árido
podem contribuir ainda mais com essas iniciativas
trazendo experiências quanto à mobilização
social, construção de barragens subterrâneas,
de cisternas e no manejo adequado da Caatinga, entre
outras. "O ato de colocar as ações
no papel não garante sua efetivação.
Precisamos construir uma nova consciência
no Semi-Árido e estreitar as relações
entre governo e sociedade civil", disse.
A 1ª Conferência Sul-Americana sobre
Combate à Desertificação reuniu
durante quatro dias, na capital cearense, mais de
300 participantes de países da América
Latina e do Caribe. O evento foi realizado pelo
Ministério do Meio Ambiente, pela UNCCD e
pela Fundação Grupo Esquel, e contou
com o apoio do Banco do Nordeste do Brasil, do Governo
do Ceará, do Ministério da Integração
Nacional, do Departamento Nacional de Obras contra
as Secas, da ASA, do Projeto Dom Helder Câmara,
do Grupo Banco Mundial e do Mecanismo Global da
UNCCD.
Todas as apresentações realizadas
durante os quatro dias de Conferência serão
disponibilizadas nos próximos dias na página
do Ministério do Meio Ambiente.
Fonte: MMA – Ministério
Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom