A segunda fase do Programa de
Controle da Poluição Ambiental em
Cubatão prevê a implantação
de um sistema de monitoramento "on line".
Com esse objetivo, a Agência Ambiental de
Cubatão, da CETESB, está concluindo
a instalação da Central de Monitoramento
das Emissões Atmosféricas, que deverá
entrar em funcionamento já em setembro
deste ano, recebendo as informações
geradas por meio de sensores instalados nas chaminés,
para monitorar as fontes de material particulado
e monóxido de carbono da Unidade de Craqueamento
Catalítico Fluído e de dióxido
de enxofre das Unidades de Recuperação
de Enxofre e do teor de enxofre total na queima
de gás combustível da Refinaria
Presidente Bernardes, da Petrobras; material particulado
da Unidade de Coqueria da Cosipa.
O mesmo sistema vai permitir o monitoramento contínuo
do material particulado e amônia emitido
pela Unidade de Nitrato de Amônio da Ultrafértil,
a partir de abril de 2007. O acompanhamento “on
line” deverá se estender para todas as
fontes significativas nos próximos anos.
Outro equipamento a entrar em operação
no próximo mês de setembro é
a estação telemétrica do
Vale do Mogi, ampliando o monitoramento do ar
que atualmente é feito por meio das estações
fixas existentes na Vila Parisi e Cubatão-Centro.
Na nova estação serão incluídos
parâmetros como o benzeno, tolueno e xileno,
fluoretos e radiação solar, além
do monitoramento do material particulado, monóxido
de carbono, óxidos de enxofre, óxidos
de nitrogênio, hidrocarbonetos, ozônio,
umidade, temperatura e pressão atmosférica.
Controle
Para reduzir ainda mais as emissões
atmosféricas, a CETESB obteve o compromisso
da Copebrás de desativar a Unidade de Sulfato
de Cálcio em 24 meses. Com isso, estima-se
a redução de 80% nas emissões
de fluoretos em Cubatão.
Para controlar a poluição das águas,
a CETESB vai passar monitorar os rios a montante
e a jusante das indústrias, o que permitirá
determinar a contribuição exata
de cada fonte, além de detectar possíveis
fontes externas ao pólo de Cubatão,
nos rios Cubatão, Mogi, Perequê,
Piaçagüera e Pilões. Será
exigido também o tratamento das águas
pluviais carreadas das indústrias, a exemplo
do que já vem sendo feito na Bunge Fertilizantes
e na Petrobras. Este controle será implementado
na Cargill Fertilizantes, Columbian Chemicals,
Copebrás, Cosipa e Ultrafértil.
Entre os resultados esperados está a redução
de nutrientes e, conseqüentemente, da proliferação
de algas nesses cursos d'água, aumentando
o nível de oxigênio e reduzindo a
tonalidade esverdeada que atualmente turvam os
rios.
No caso da poluição do solo, a CETESB
estabeleceu um cronograma para a identificação
e dimensionamento das plumas de contaminação
industrial, para posterior remediação.
É o caso da Carbocloro, Companhia Brasileira
de Estireno - CBE, Petrobras e Rhodia, cujos procedimentos
de remediação já se encontram
em andamento.
Licenciamento renovável
A CETESB vem utilizando o licenciamento
renovável como principal instrumento para
implementar a nova fase do Programa de Controle
da Poluição Ambiental de Cubatão
e, por meio de Termos de Ajustamento de Conduta
– TAC, vem obtendo os recursos necessários
para se equipar adequadamente. Foi desta forma
que viabilizou o monitoramento “on line” das emissões
atmosféricas, assim como a nova estação
telemétrica.
Desde o início da renovação
do licenciamento ambiental, em 2003, empresas
como a Cimento Rio Branco e a Ripasa terão
de adotar novas tecnologias de produção
e controle e, este ano, mais duas indústrias
prioritárias serão obrigadas a aprimorar
os procedimentos de controle ambiental atendendo
a exigências da CETESB.
Histórico
O programa lançado em
1983, logo no início do Governo Montoro,
detectou a existência de 320 fontes de poluição
do ar, das águas e do solo, em um universo
de 23 indústrias instaladas no município
situado ao pé da Serra do Mar, na Baixada
Santista. Essas fontes foram caracterizadas de
acordo com o tipo de indústria e divididas
em grupos: siderurgia, que incluiu as unidades
de aciaria, sinterização, alto-forno,
fundição, laminação,
coqueria e as fontes estacionárias de queima
de combustível; fertilizantes, que incluiu
operações de manuseio de rochas
fosfáticas, ácidos, queima de combustível
e geração de vários resíduos
sólidos, granulados e gasosos; minerais
não-metálicos, que incluiu as unidades
de cimento, gesso e concreto; refino de petróleo,
que incluiu as unidades de craqueamento catalítico;
e química e petroquímica, que incluiu
as unidades de formol, resinas poliéster,
cloro, soda e ácido clorídrico,
entre outros.
Nas últimas duas décadas, o controle
exercido pelo Governo do Estado, por intermédio
da CETESB, obteve a redução de 97%
das fontes de poluição primárias.
Assim, das 230 fontes de poluição
do ar detectadas inicialmente, 207 encontram-se
controladas; 44 fontes de poluição
do solo, das 46 identificadas no início
do programa, estão sob controle ambiental;
e todas as 44 fontes de poluição
de água apontadas em 1983 também
estão controladas.
Do universo inicial abrangido pelo programa, 20
fontes de poluição diversas foram
desativadas e, atualmente, apenas 3 fontes de
poluição do ar e 2 de solo continuam
pendentes.
Ajustamento de conduta
Para resolver essas pendências,
foram firmados em março deste ano Termos
de Ajustamento de Conduta – TAC com a Refinaria
Presidente Bernardes, da Petrobrás, em
que está prevista a remodelação
da Unidade de Craqueamento Catalítico até
setembro de 2005, e com a Ultrafértil,
que contempla alterações nos sistemas
de produção e controle das Unidades
de Nitrato de Amônio, até 2007. Um
outro TAC está sendo negociado, ainda,
com a Ultrafértil para a adequação
da Unidade de Ácido Fosfórico.
No caso de poluição do solo, há
um TAC em negociação com a Ultrafértil
para resolver o passivo gerado nos últimos
30 anos, que resultou em pilhas de fosfogesso,
o mesmo tipo de resíduo existente na Copebrás.
Nesse caso, a empresa já está em
fase de avaliação da contaminação
do solo e das águas subterrâneas,
para apresentar as ações corretivas
a serem adotadas.
Embora ainda existam pendências, o Programa
de Controle da Poluição Ambiental
de Cubatão impôs também exigências
complementares para reduzir as emissões
atmosféricas, como no caso da Unidade de
Coqueria da Cosipa, que resultou na adoção
de novo equipamento de controle, como os filtros-manga,
a partir de julho de 2003, e o compromisso de
substituir todas as portas dos fornos das baterias,
processo que deverá estar concluído
até setembro de 2008.
Foram as ações complementares que,
igualmente, resultaram no TAC firmado com a Petrobras,
garantindo a modificação na Unidade
de Craqueamento Catalítico Fluído
e no sistema de Tratamento de Gases Amoniacais
gerados na mesma unidade, assim como no
pós-queimador.
No caso da Ultrafértil, as ações
complementares foram exigidas também para
a Unidade de Fertilizantes Fosfatados, com a adoção
de lavadora de gases, que deverá iniciar
operação em setembro do próximo
ano. O mesmo processo será adotado para
tratar os resíduos da Unidade de Nitrato
de Amônio, com início da operação
previsto para abril de 2007.
O resultado do trabalho desenvolvido nos últimos
21 anos podem ser medidos, entre outras referência,
pela inexistência de Estados de Alerta desde
1994, no caso da poluição do ar,
e a redução drástica da média
de reclamações da população,
no caso de incômodos diversos. Em 11000,
eram registradas cerca de 60 reclamações
mensais, enquanto em 2003 esse número ficou
abaixo de 10.
Fonte: SMA – Secretaria Estadual
do Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Eli Serenza)