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GOVERNO
REPASSA A MUNICÍPIOS GESTÃO
DE ÁREAS DA UNIÃO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2004
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24/08/2004
- A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
e o secretário-executivo do Ministério
do Planejamento, Nelson Machado, assinaram
hoje convênios de cooperação
técnica com 13 municípios, de
sete estados, para descentralização
da gestão da orla. É a primeira
etapa do Projeto Orla, que tem como objetivo
estimular a gestão compartilhada da
região costeira, a descentralização
de decisões e a resolução
de conflitos. A ministra destacou que idéia
de juntar meio ambiente e planejamento tem
como objetivo garantir que os recursos naturais,
formados ao longo de milhares de anos, não
sejam sacrificados em nome de um lucro momentâneo.
"Estamos nos antecipando para que municípios
e empreendedores possam saber exatamente como
fazer seus investimentos", afirmou a
ministra. |
Martin
D´Avila
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Os
municípios terão que assumir
algumas tarefas da Secretaria do Patrimônio
da União no gerenciamento dos terrenos
de marinha e poderão aumentar sua arrecadação
sobre essas áreas em até 50%.
Os recursos arrecadados serão reinvestidos
em projetos de gestão da orla. Já
foram investidos no programa R$ 2 milhões
e, para os próximos 4 anos, estão
previstos no Plano Plurianual (PPA) mais R$
8,7 milhões. O secretário de
Qualidade Ambiental do MMA, Ruy de Góes,
afirmou que, devido o tamanho do país,
os municípios têm muito mais
condições de administrar a orla
de acordo com as necessidades da |
população.
Para o secretário-executivo do Ministério
do Planejamento, o Projeto Orla estabelece a gestão
patrimonial compartilhada em harmonia com a política
ambiental brasileira. A orla brasileira tem cerca
de 8,698 mil km de extensão e uma área
de aproximadamente 388.000 km². São
285 municípios litorâneos em 17 estados,
com 32 milhões de habitantes, segundo o IBGE.
A zona costeira envolve, ainda, o mar territorial
brasileiro, com largura de 12 milhas náuticas
a partir da costa. Os terrenos de marinha são
uma faixa de terra de 33 metros contados da linha
de preamar média de 1831. De acordo com a
Constituição, todas as praias são
consideradas áreas públicas.
Os principais problemas da zona costeira são
a ocupação irregular de terrenos da
União, expansão desordenada do turismo,
carcinicultura em áreas impróprias,
falta de saneamento básico e a erosão.
Um dos objetivos do Projeto Orla é acelerar
a implantação de instrumentos de cessão
patrimonial para os municípios, com a contrapartida
de que a gestão da orla seja feita de forma
compatível com o conceito de patrimônio
coletivo.
Os convênios serão assinados com os
municípios de Torres e Capão da Canoa
(RS), Bombinhas e Florianópolis (SC), Caraguatatuba
e São Sebastião (SP), Macaé,
Rio das Ostras, Quissamã e Armação
de Búzios (RJ), Tibau do Sul (RN), Cabo de
Santo Agostinho (PE) e Parnaíba (PI). Outros
44 municípios foram capacitados e poderão
assumir compromissos semelhantes nos próximos
meses. Também foram capacitados 610 gestores
locais, abrangendo técnicos das prefeituras,
estados e de entidades da sociedade civil organizada.
A expectativa é que, nos próximos
quatro anos mais 80 municípios estejam habilitados
a participar do projeto. A prioridade é para
regiões metropolitanas, áreas adjacentes
a regiões estuarino-lagunares com atividades
de carcinicultura e áreas de risco ou fragilidade
ambiental.
Os municípios participantes elaboram um Plano
de Intervenção na Orla, que estabelece
as regras para o uso desse espaço, indicando
os projetos executivos de gestão e outros
elementos do planejamento local. A partir daí
podem ser realizadas ações como reurbanização,
saneamento básico e ordenamento da ocupação
de áreas da União. Os municípios
passam a ter um instrumento de planejamento do uso
e ocupação da região costeira.
A ocupação irregular dos terrenos
aumenta significativamente os riscos de degradação
ambiental, com pressão sobre o meio ambiente
provocada por construções inadequadas,
falta de infra-estrutura e deficiência no
saneamento. A estimativa é que a cada dia
47,1 milhões de m3 de esgoto sem tratamento
são lançados nas águas costeiras.
Como resultado das construções irregulares
na orla e no mar, dois terços das praias
brasileiras diminuem em tamanho e largura.
Para participar do Projeto Orla, basta o município
apresentar uma proposta de adesão ao órgão
estadual de meio ambiente demonstrando ter uma base
de planejamento do uso do solo, estrutura institucional
mínima e a indicação de um
fórum colegiado de gestão do projeto.
Em contrapartida, o Projeto Orla vai dar acesso
a uma metodologia baseada na análise da paisagem,
diagnóstico socioeconômico e formulação
de cenários de uso e ocupação,
que permite, num prazo de 60 dias, a elaboração
de propostas consistentes de planejamento mínimo
para o ordenamento da orla do município.
Fonte: MMA - Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom
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