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AÇÃO
CONJUNTA BRASIL-ITÁLIA PROMOVE USO
SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE BRASILEIRA
Panorama
Ambiental
Goiânia (GO) – Brasil
Março de 2004
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O governo italiano
ajudará o Brasil a viabilizar projetos de
conservação, uso sustentável
e valorização da biodiversidade vegetal
não-madeireira (plantas medicinais e alimentares)
que representem a base de sustentação
dos agricultores e das comunidades tradicionais
dos biomas Amazônia, Cerrado e Caatinga. O
“Programa Biodiversidade Brasil-Itália” estimado
em 3 milhões de euros, o equivalente a R$
10 milhões, deverá ser iniciado no
segundo semestre com vigência de três
anos.
A intenção do programa – uma parceria
do Instituto Agronômico per l’Oltremare-IAO,
Ibama e Embrapa – é direcionar as pesquisas
aplicadas em agricultura e meio ambiente para gerar
emprego e renda familiar, aliviar a pobreza e melhorar
a segurança alimentar das populações-alvo
rurais, tradicionais e indígenas das regiões
Norte, Centro-Oeste e Semi-Árido do Nordeste
brasileiro.
Para formular o arcabouço jurídico
do programa, especialmente na parte que envolve
o patrimônio genético, o Comitê
Executivo formado por representantes do Ibama, da
Embrapa e da Agência de Cooperação
Internacional Italiana se reúne em mesa redonda
nessa quarta (17), no auditório do Ibama-sede.
De 18 a 20 será realizado um seminário
no Centro de Convenções Israel Pinheiro
para elaborar o texto final do programa.
Estão previstas ações conjuntas
para o mapeamento e a gestão da biodiversidade,
assim como a criação de incentivos
para o desenvolvimento da agricultura familiar e
o uso sustentável dos recursos fito-genéticos
(germoplasma natural e espécies silvestres
aparentadas com culturas agrícolas, além
de variedades tradicionais). Nesse sentido serão
apoiadas iniciativas de cooperativismo entre os
agricultores e a instalação de bancos
de sementes descentralizados.
Desde a fase preliminar o programa conta com a participação
de todos os envolvidos (autoridades, instituições
e comunidades locais, centros de pesquisa e a sociedade
civil). Tal envolvimento é considerado decisivo
para que a diversidade genética se torne
um componente integrante do desenvolvimento nas
áreas menos favorecidas dessas regiões.
Compõem a base do programa vários
projetos direcionados para a conservação
e a valorização dos recursos fito-genéticos
das espécies de interesse agro-alimentar
e industrial para o Brasil. Procurando privilegiar
a pluralidade dos biomas brasileiros, dois dos cinco
projetos de pesquisa são coordenados pelo
Ibama, e, dois, pela Embrapa. Um outro projeto será
desenvolvido na reserva indígena do Xingu
com a participação dos dois órgãos
e da Funai.
A parceria com o Ibama nesse projeto será
por meio do Centro de Conservação
e Manejo de Répteis e Anfíbios (RAN).
O objetivo é promover a conservação
e o resgate de espécies e de variedades tradicionalmente
cultivadas pelas etnias Krahô, Yawalapiti
e Kayabi. No nordeste, o Ibama será contemplado
com o projeto “Utilização Sustentável
de Espécies de Interesse Agro-Alimentar,
Medicinal e Industrial”. Ele será desenvolvido
na Floresta Nacional do Araripe-Apodí, no
Ceará, em parceria com a Fundação
Araripe e o Centro de Tecnologia do Cariri. Essas
ações terão o total envolvimento
das comunidades, procurando fortalecer os processos
locais da cadeia produtiva.
O bioma Amazônia está inserido no projeto
“Modelo de Conservação e Uso Sustentável
da Biodiversidade por Comunidades Tradicionais da
Amazônia”. Sua execução será
na Reserva Extrativista do Cazumbá-Iracema,
no Acre, em parceria com o Centro Nacional de Desenvolvimento
das Populações Tradicionais-CNPT/Ibama
e apoio da representação estadual
e escritório regional do órgão.
Os dois projetos coordenados pela Embrapa, através
da Diretoria de Recursos Genéticos e Biotecnologia,
também contam tem a participação
do Ibama. O projeto “Manejo Sustentável da
Biodiversidade nos Biomas Cerrado e Caatinga”, desenvolvido
no município de Montes Claros, em Minas Gerais,
conta com o apoio do Escritório Regional
do Ibama em Montes Claros.
Também estão previstas ações
para a conservação e o uso sustentável
do Cerrado com as populações agroextrativistas
por processo de organização social
em rede, desenvolvidas no município de São
Domingos, em Goiás. A participação
do Ibama deverá ocorrer por meio do Núcleo
de Plantas Medicinais e Aromáticas.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa (Ascom)