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PROPOSTA SOBRE
GESTÃO FLORESTAL SERÁ APRESENTADA
NO INÍCIO DE MARÇO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2004
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Uma primeira versão
do Projeto de Lei sobre Gestão de Florestas
Públicas será apresentado nos dias 2
e 3 de março ao Grupo de Trabalho sobre Gestão
de Florestas Públicas, que reúne representantes
de ministérios, do setor empresarial, de organizações
não-governamentais, de movimentos sociais,
entre outros. Nos dias 4 e 5, o texto será
encaminhado à Comissão Coordenadora
do Programa Nacional de Florestas (Conaflor). Até
o início de março, serão realizadas
consultas públicas sobre o PL em todos os estados.
O PL sobre Gestão de Florestas Públicas,
que será encaminhado em breve ao Congresso
Nacional, irá definir um marco legal para o
uso equilibrado das florestas do país. Com
isso, haverá benefícios aos empreendedores
e ao conjunto da população, como: ordenamento
do uso dos recursos naturais; maior segurança
para quem faz bom uso da floresta; transparência
e controle social. "Sem regras, o setor florestal
vai para o caminho não-sustentável",
afirmou Tasso de Azevedo, diretor do Programa Nacional
de Florestas do Ministério do Meio Ambiente.
Segundo ele, o Projeto deverá definir a gestão
das florestas públicas por meio de concessão
de áreas para manejo, a proteção
aos direitos das comunidades locais e tradicionais,
irá garantir a implementação
de pequenos, médios e grandes projetos e ainda
assegurar o controle social em todas as etapas do
processo.
Segundo o diretor, essas diretrizes são alguns
dos resultados do Seminário Internacional de
Gestão de Florestas Públicas: Lições
e Experiências para o Brasil, que se realizou
entre os dias 12 e 14 de fevereiro, em Belém
(PA). Durante os três dias do evento, cientistas,
técnicos, pesquisadores, ambientalistas e empresários
do setor florestal do Brasil, México, Guatemala,
Bolívia, Peru, Estados Unidos e Austrália
apresentaram suas experiências sobre gestão
de florestas. "O objetivo foi conhecer e discutir
o uso das matas em outros países para que pudéssemos
chegar a um modelo mais adequado a nossa realidade",
explicou Azevedo.
Entre os modelos discutidos no Seminário, estão
o de manejo direto por agências governamentais,
as concessões públicas, as concessões
privadas, as licenças para comunitários
e as parcerias público-privadas. Alguns modelos
já são aplicados como projetos-piloto
no Brasil. No Acre, por exemplo, o governo local é
o responsável pela delimitação
das áreas das Florestas Estaduais (Flotas)
e por gerenciar todo o processo desde a retirada até
a venda da madeira. O Amazonas criou uma Agência,
responsável por regular a atividade
no Estado.
Urgência
Segundo Tasso Azevedo,
a pressa em se definir uma legislação
específica para a gestão de florestas
se dá pelo fato de que hoje em dia se utiliza
a Lei 8.666, que trata de licitações,
para se realizar concessões. "Essa Lei
não é adequada ao caso dos recursos
florestais, pois não permite um trabalho a
longo prazo", disse, referindo-se ao fato de
ela permitir contratos com o prazo máximo de
cinco anos. Além disso, conforme o diretor
do PNF, a lei não é adequada para esse
caso por não permitir que o governo estabeleça
algum critério de contratação.
Dessa forma, existe o risco de contratação
de empresas pouco ou nada preparadas para os serviços.
O Brasil possui 64 Florestas Nacionais (Flonas), além
de diversas outras unidades, como Reservas Extrativistas
e Florestas Estaduais, que possuem cobertura florestal
nativa ou plantada. Atualmente, 90% da produção
madeireira do Brasil vem da região da Amazônia,
sendo que a maior parte, 86%, é consumida dentro
do país. A questão fundiária
ainda é um grande problema na Amazônia:
47% da área é de terras devolutas ou
em disputa.
Fonte: MMA – Ministério do
Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Assessoria de imprensa |