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EM MEIO
A ACUSAÇÕES DE CORRUPÇÃO,
MINORIA LIDERADA PELO JAPÃO BLOQUEIA
INICIATIVA BRASILEIRA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Julho de 2004
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Sorrento, Itália,
21 de junho – Poucas pessoas no mundo seriam capazes
de apontar num mapa um pequeno país chamado
Tuvalu, um conjunto de atóis no Pacífico
Sul com uma população de cerca de
apenas 12.000 pessoas. Já as Ilhas Salomão
e a Costa do Marfim freqüentaram em tempos
recentes as manchetes por causa de golpes e guerras
civis. Mas esta semana esses países pequenos,
pobres e inexpressivos no cenário mundial
voltaram às manchetes, graças a seu
papel fundamental como aliados do Japão na
votação que protelou mais uma vez
a criação do Santuário de Baleias
do Atlântico Sul, proposto conjuntamente pelo
Brasil, Argentina e África do Sul.
Os três países proponentes, que se
beneficiam diretamente do turismo de observação
de baleias e desenvolvem atividades de pesquisa
desses animais por métodos não-letais
- em oposição à caça
“científica” feita pelo Japão -, estão
tentando fazer com que a Comissão Internacional
da Baleia reconheça o Atlântico Sul
como zona permanentemente protegida contra a caça
das grandes baleias, que os japoneses pretendem
ver estabelecida no futuro próximo. Para
tentar barrar o Santuário brasileiro e uma
iniciativa semelhante no Pacífico Sul, proposta
pela Austrália e pela Nova Zelândia,
o Japão vem recrutando pequenos países
pobres para aderir à Comissão da Baleia
e votar em bloco com suas posições,
à custa de “auxílios financeiros”
para os mesmos. As ONGs presentes à 56ª
Reunião Anual da CIB, em Sorrento, Itália,
denunciaram em conjunto a “compra de votos” pelo
Japão e pediram uma investigação
independente sobre o assunto.
Posta em votação, a proposta do Santuário
do Atlântico Sul recebeu uma votação
majoritária: 26 votos a favor e 22 contra.
Mas a maioria simples não é suficiente
para sua aprovação, necessitando ¾
dos votos.
“O Brasil deve comemorar o resultado. Mesmo que
a maioria simples não tenha sido suficiente
para aprovar formalmente o Santuário, nosso
direito a manter os baleeiros japoneses longe do
Atlântico Sul está sendo cada vez mais
reconhecido”, disse o Vice-Comissário brasileiro
na CIB e Coordenador do Projeto Baleia Franca, José
Truda Palazzo Jr. O Brasil vem ganhando apoio na
Comissão para assegurar que os países
que usam as baleias por meios não-letais,
para a pesquisa científica e o ecoturismo,
tenham seus direitos respeitados mesmo que países
como o Japão voltem no futuro a operar frotas
baleeiras de longo alcance.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom