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REUNIÃO
DA SBPC DISCUTE PELA PRIMEIRA VEZ A CIÊNCIA
INDÍGENA
Panorama
Ambiental
Brasília (SP) - Brasil
Julho de 2004
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Pela primeira vez,
o saber indígena será visto e discutido
na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC) com o mesmo valor do conhecimento dos não-índios.
É o “SBPC e a Ciência Indígena”,
que será realizado de amanhã até
quarta-feira (21) e integra a programação
da 56ª reunião da Sociedade, aberta
hoje e que vai até o dia 23. O objetivo é
dar visibilidade ao conhecimento indígena
dentro da perspectiva do valor científico,
já que o Brasil possui mais de 220 povos
falando 170 línguas diferentes.
Além de pesquisadores, indigenistas, instituições
e entidades envolvidas com questões indígenas,
a expectativa é de que 250 índios
participem do evento. Eles vão dirigir 80%
da sua programação, ministrando conferências,
coordenando mesas e apresentando trabalhos. Também
estarão presente professores indígenas
de todo o país e acadêmicos do projeto
3º Grau indígena, da Universidade do
Estado de Mato Grosso (Unemat), estado onde será
realizado o congresso.
A Unemat é a primeira universidade da América
Latina a oferecer um curso superior para a formação
de índios. É o projeto 3º Grau
Indígena, que atende a 200 professores indígenas
de 33 etnias de 11 estados brasileiros e possui
cursos de Línguas, Artes e Literatura, Ciências
Matemáticas e da Natureza e Ciências
Sociais. A experiência começou em 2001
e é realizada em parceria com a Secretaria
de Educação do Estado, a Fundação
Nacional do Índio (Funai) e a Prefeitura
local.
Ao todo, 18 mesas-redondas, conferências e
oficinas debaterão amplamente a questão
indígena com temas que envolvem discriminação
e intolerância racial e políticas afirmativas,
economia, meio ambiente e sustentabilidade, a imagem
do índio na mídia, espiritualidade
indígena, educação escolar
para povos indígenas, formação
de professores indígenas e material didático,
saúde indígena e conhecimento tradicional.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Alessandra Bastos