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COMUNIDADES
DO RIO MADEIRA SERÃO BENEFICIADAS
COM PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2004
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Projetos
de pesquisadores da Embrapa Rondônia (Porto
Velho-RO) poderão ser aproveitados em uma
iniciativa do Ministério do Meio Ambiente
(MMA) na Amazônia Legal. Na última
semana, uma equipe formada por pesquisadores e consultores
do Ibama, MMA, Embrapa Rondônia e pela ONG
Centro de Pesquisas de Populações
Tradicionais (CPPT Cuniã), destinada a estudos
e pesquisas com enfoque na cultura, meio ambiente,
relação homem-natureza e o modo de
vida de populações tradicionais, iniciaram
um projeto junto a comunidades ribeirinhas do rio
Madeira.
Foram visitadas na região, conhecida como
"Baixo Rio Madeira", aproximadamente 10
comunidades, com média de 40 famílias
em cada uma. As ações integram o Projeto
de Negócios Sustentáveis (PNS), do
Ministério do Meio Ambiente, que prevê
o desenvolvimento de ações sustentáveis
em comunidades extrativistas na Amazônia.
O objetivo é apoiar iniciativas promissoras
nessas comunidades, levantando potencialidades com
respeito aos recursos oferecidos pela floresta,
agregando valor à produção
e estimulando políticas de comercialização.
Após uma semana de trabalhos em campo, a
equipe começou a identificar nesta quarta-feira,
23, na Embrapa Rondônia, atividades que podem
ser estimuladas para a melhoria da qualidade de
vida das comunidades, que já percebem os
efeitos negativos da exploração irracional
da floresta e da agricultura. "A maioria dos
ribeirinhos trabalham sem consciência sobre
os riscos do uso de agrotóxicos nas pequenas
lavouras, feitas nas margens do rio. Muitos hectares
de matas ciliares já foram ocupados por diversas
culturas e áreas degradadas aumentam consideravelmente",
apresenta o biólogo e membro da CPPT Cuniã
Sílvio Vargas Porto.
Potencialidades
e linhas de pesquisa
Entre as potencialidades
diagnosticadas estão o cultivo do açaí,
babaçu, castanha-do-brasil, extração
do látex, apicultura, piscicultura, extração
de óleo de copaíba e andiroba, artesanato,
ecoturismo e incentivo à agricultura de subsistência,
fundamentada principalmente nas culturas de melancia,
feijão de praia e milho. "A Embrapa
Rondônia terá um papel primordial nesse
projeto de apoio às comunidades, sugerindo
tecnologias sustentáveis e conscientizando
as famílias sobre métodos alternativos
de produção e controle de pragas e
doenças nas lavouras. Outra linha de atuação
da empresa poderá ser a recuperação
das áreas degradadas", analisa o biólogo.
O principal problema que inviabiliza a exploração
racional dos recursos da floresta, segundo Porto,
é o modelo adotado pelos extrativistas, de
retirar as matas ciliares para promover a agricultura.
"Para se obter resultados é necessário
organização, conhecimento técnico,
conscientização e assistência",
pondera. Nesse sentido, para pesquisadores da Embrapa
Rondônia, Unidade da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
a contribuição é enorme, no
que diz respeito às deficiências observadas.
Ações
da Embrapa
Nas margens dos rios,
onde as matas ciliares já foram retiradas,
é necessário, na visão de Marília
Locatelli, pesquisadora da Embrapa Rondônia
na área de Florestas e Solos, o plantio de
árvores, seguindo determinação
legal. Os pesquisadores João Paulo Guimarães
Soares, da área de Zootecnia, e Rogério
Sebastião Corrêa, da área de
Ciência do Solo, sugerem a formação
de agroindústrias de leite em algumas comunidades
que trabalham com o produto, como a do Cujubim,
onde a Embrapa Rondônia já desenvolve
projetos, abastecendo famílias ribeirinhas.
Outra idéia, para João Paulo, seria
a criação de frangos coloniais em
comunidades que não trabalham com animais
de grande porte. "A alternativa é viável
porque pode ser implantada de maneira sustentável
e atender às demandas dos povos ribeirinhos",
diz. "Se estimulada, poderia abastecer o mercado
de Porto Velho", adianta.
Uma outra proposta apresentada pela empresa é
o projeto já estruturado na comunidade Lago
do Cujubim, que engloba o estudo atual, localizada
no município de Porto Velho, e que abriga
mais de 450 famílias de agricultores familiares.
A pesquisadora Vânia Beatriz Vasconcelos de
Oliveira é autora de um projeto que oferece
apoio técnico e científico para propiciar
sustentabilidade econômica e social aos moradores.
"Temos muitas tecnologias que podem ser aproveitadas",
afirma.
O consultor do Ministério do Meio Ambiente
Marcelo Nunes, que atua no desenvolvimento do Projeto
de Negócios Sustentáveis, diz que
para a próxima etapa estão previstos
a identificação de parceiros potenciais
para o desenvolvimento das atividades, estabelecer
estratégias de mercado, como logística
e técnicas de produção para
os produtos, promover cursos de capacitação
e organizar seminários de integração
entre as comunidades. Mais informações
podem ser obtidas junto à assessoria de comunicação
social da Embrapa Rondônia pelo telefone (69)
225-9387 ou pelo e-mail gviana@cpafro.embrapa.br.
Fonte: Embrapa (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa (Guilherme Ferreira Viana)