Além disso,
é uma época em que governos como Bush
ou Lula não trabalham a fim de remediar o
problema. Enquanto o governo americano deixa de
lado o único acordo mundial que poderia começar
a frear a elevação das temperaturas
(Protocolo de Kioto), no Brasil recebemos esta semana
notícias terríveis para o assunto
"geração de energia". O
governo brasileiro fez um acordo na China para investimentos
em uma usina a carvão no Rio Grande do Sul,
que deverá lançar na atmosfera cerca
de 3,2 milhões de toneladas de CO2 por ano.
Por sua vez, o desmatamento da Amazônia, maior
floresta tropical do planeta, corre desenfreado
e atingiu seus maiores números nos últimos
anos. No Brasil, a destruição de florestas
e queimadas são uns dos fatores que mais
contribuem para o efeito estufa no país.
Bill McKibben, autor de um dos primeiros livros
sobre o aquecimento global ("The End of Nature"
ou "O fim da Natureza", na tradução
para o português), tem chamado a atenção
para o tema desde os anos 80. Todos sabemos que
os políticos não darão nenhum
passo adiante antes de sofrerem algum tipo de pressão
que os "incentive". McKibben também
só tem a lamentar a falta de consciência
ampla e difundida de fatos graves que estão
ocorrendo no mundo: a extinção de
até um quarto das espécies conhecidas
nos próximos 100 anos; populações
inteiras escapando de enchentes nas áreas
mais pobres do planeta; a malária chegando
a regiões nunca antes atingidas como a América
do Norte; tempestades assassinas; mudanças
profundas no funcionamento da agricultura; e fortes
reduções na capacidade de produzir
alimentos mundialmente.
É bom lembrar que "O dia depois de amanhã"
é um filme. Mas a obra utiliza ficção
para alertar para um fato: o aquecimento global
precisa de nossa atenção. Já
há pessoas morrendo e o mundo já foi,
em certos aspectos, permanentemente alterado. Mas
não é tarde para mudar esse quadro
e evitar boa parte dos impactos previstos sobre
as futuras gerações.
O desafio é acabar com a dependência
mundial dos combustíveis fósseis nas
próximas quatro décadas, e diminuir
o desmatamento e as queimadas de florestas. Essa
é a mensagem que algumas corporações
(como a Esso) e governos (como o Bush), não
querem que seja escutada.
O dia depois de amanhã será tarde
demais. A hora é agora.
Veja a verdade sobre "O dia depois de amanhã"
em
www.thedayaftertomorrow.org
(em inglês).