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PROCURADORIA
GERAL DA REPÚBLICA ENTRA COM RECURSO
CONTRA DECISÃO QUE PREJUDICA A TI
RAPOSA SERRA DO SOL
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2004
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O procurador-geral
da República, Cláudio Fonteles, ingressou
na sexta-feira (21/5) com uma suspensão de
segurança junto ao Supremo Tribunal Federal
(STF) para suspender os efeitos das decisões
judiciais que tentam impedir a finalização
do processo demarcatório da TI, aguardada
desde o fim do governo FHC. A Advocacia Geral da
União (AGU) estuda entrar com medida idêntica.
Inconformado com a recente decisão liminar
da desembargadora federal Selene Maria de Almeida,
do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região,
que praticamente elimina toda a Terra Indígena
Raposa Serra do Sol ao propor a exclusão
da faixa de fronteira (150 quilômetros) da
área a ser demarcada, o procurador-geral
da República ingressou na sexta-feira com
uma suspensão de segurança contra
os empecilhos judiciais à homologação
da TI, o que inclui também a decisão
do juiz da 1ª Vara da Seção Judiciária
de Roraima, do início de março. Essa
medida, que só é utilizada em casos
de grave lesão à ordem, à saúde,
à segurança e à economia pública,
se acatada pelo STF, poderá suspender todas
as decisões judiciais que hoje atravancam
o processo demarcatório, e assim abrir caminho
para a homologação sem retalhações.
A conclusão do processo de demarcação
da TI Raposa Serra do Sol, aguardada desde o fim
do governo FHC, vem sendo reiteradamente adiada
e empurrada adiante em função de pressões
de políticos e produtores rurais de Roraima
contrários à homologação
contínua da área. Em viagem a Roraima
em junho do ano passado, o ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos, afirmou que a decisão
em relação à homologação
seria rápida e, depois disso, anunciou diversas
vezes a decisão da homologação
em área contínua, ou seja, sem os
recortes pretendidos pela elite roraimense. O presidente
Lula, entretanto, adiou a assinatura do decreto
homologatório, o que abriu espaço
para a adoção de medidas judiciais
prejudiciais aos povos indígenas.
O Conselho Indígena de Roraima (CIR) estuda
entrar com recurso contra a decisão do TRF,
mas antes vai esperar pela decisão do STF
na suspensão de segurança.
A Advocacia Geral da União (AGU), que representa
judicialmente o Governo Federal, estuda ingressar
com outra suspensão de segurança,
o que pode denotar algum esforço por parte
da União em abrir caminho para finalmente
homologar o processo de demarcação.
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa