|
UM NOVO CICLO DE TERREMOTOS
PODE VIR POR AÍ,
ALERTA ESPECIALISTA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2005
|
|
07/01/2005 Para
o pesquisador da Universidade de Brasília
(UnB), Vasile Marza, o desastre no sul da Ásia
pode iniciar uma temporada de tremores gigantescos,
como a que ocorreu entre 1952 e 1964, quando foram
registrados quatro terremotos maiores que esse.
Em entrevista à agência de notícias
da UnB, na Internet, ele fala sobre a magnitude
do terremoto próximo à Ilha de Sumatra,
"que gerou uma energia equivalente a 32,4 mil
bombas atômicas como a jogada sobre a cidade
de Hiroshima".
A tragédia, que marcou os últimos
dias de 2004, fez 150 mil vítimas fatais
em dez dias e provocou prejuízos materiais
de bilhões de dólares nos países
atingidos – Sri Lanka, Malásia, Tailândia,
Indonésia, Índia, Bangladesh, Ilhas
Maldivas e Mianmar.
“O terremoto próximo à ilha de Sumatra
atingiu nove pontos e, em 3 a 4 minutos, gerou uma
energia equivalente a quatro anos e meio da produção
da usina hidrelétrica de Itaipu, a maior
do mundo”, diz Vasile Marza. O centro da UnB registrou
o abalo 19 minutos depois do início do tremor
no epicentro.
Na entrevista, o pesquisador da UnB explica que
a China é o país que alcançou
o maior sucesso na prevenção de terremotos.
Segundo ele, em fevereiro de 1975, o sistema de
prevenção chinês previu abalo
de 7,3 pontos e esvaziou a área de risco.
"Conseguiu-se evitar a morte de 200 mil pessoas
na cidade de Haicheng. O terremoto foi à
noite e o alerta para a população
emitido à tarde. No ano seguinte, em julho,
registrou-se o pior terremoto em número de
mortos até hoje – um milhão de vítimas
– o tremor ocorrido em Tangsham, também na
China. Cerca de 95% dos prédios da cidade
desabaram. Apesar de os sismólogos chineses
desenvolverem programas de previsão, não
conseguiram prever esse sismo”, esclarece.
De acordo com Marza, a tragédia deveria servir
para que o mundo veja a importância de se
ter sistemas de segurança ativa, defendendo
o investimento em centros de alerta de tsunamis
(maremotos com ondas gigantes). “Estatísticas
referentes aos primeiros 80 anos do século
passado mostram que 52% do total de mortes causadas
por desastres naturais são resultantes de
terremotos e tsunamis. Nesse mesmo período,
a cada ano, em média, 15 mil pessoas morreram
vitimadas direta ou indiretamente (tsunamis, incêndios,
sustos) pelos terremotos. Qualquer país costeiro,
inclusive o Brasil, pode ser atingido por uma onda
gigante”, destaca.
Vasile Marza explica que as ondas gigantes podem
ser geradas por atividades vulcânicas, deslizamento
de terra na superfície ou sob o oceano ou
pela queda de asteróides. “Esse último
fenômeno é raro, mas possível
de acontecer. O pior tsunami de origem vulcânica
da história ocorreu em agosto de 1883 pela
explosão do vulcão Krakatoa, situado
a 40 quilômetros da costa da Ilha de Java,
matando 36 mil pessoas”, informa.
Fonte: MCT – Ministério
da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa (MCT/UnB)