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PANTANAL
TERÁ AVALIAÇÃO AMBIENTAL
ESTRATÉGICA
Panorama
Ambiental
Porto Alegre (RS) – Brasil
Fevereiro de 2005
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O Ministério
do Meio Ambiente (MMA) dará início,
ainda em abril deste ano, à elaboração
de uma avaliação ambiental para se
antecipar à possível implementação
de empreendimentos na bacia do Pantanal. O anúncio
foi feito hoje, durante o 5º Fórum Social
Mundial, em Porto Alegre, pelo coordenador do Programa
Pantanal, Valmir Ortega. Ele participou de um painel
sobre as áreas úmidas e alagadas formadas
pelos rios Paraguai e Paraná, que incluem
Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
Com uma Avaliação Ambiental Estratégica,
projetos de infra-estrutura são pensados
de forma integrada, ainda na fase de planejamento,
observando previamente e da maneira mais ampla possível
as questões ambientais e sociais, antecipando
possíveis conflitos judiciais, por exemplo.
Assim, há melhoria no licenciamento ambiental
e mais segurança para os empreendedores.
O estudo no Pantanal será conduzido em um
primeiro momento pelo MMA, Ibama, ANA e governo
do Mato Grosso do Sul, mesmo que nenhum pedido de
licenciamento ambiental tenha sido encaminhado aos
órgãos responsáveis. A sociedade
civil terá espaço garantido em outra
etapa da avaliação.
De acordo com Ortega, também será
oferecida capacitação ao governo de
Mato Grosso do Sul para a avaliação,
"uma ferramenta relativamente nova no país".
Quando o trabalho for concluído, será
possível conhecer alternativas ao desenvolvimento
da região e os impactos cumulativos de obras
como pólos gás-químico e siderúrgico
e ainda uma termelétrica, que alimentaria
as outras plantas. "A avaliação
levará em conta os possíveis impactos
que as atividades produtivas possam provocar no
meio ambiente e na sociedade local, também
observando os meios para escoamento da produção",
disse.
Um dos objetivos do encontro realizado hoje, em
Porto Alegre, foi dar continuidade aos debates para
a criação de um sistema que possa
conduzir o aproveitamento sustentável dos
recursos naturais, com base na importância
ecológica, social e econômica no maior
corredor de áreas úmidas do planeta,
onde vivem cerca de vinte milhões de pessoas.
Também participaram da atividade representantes
de organizações como Rede Pantanal
de ONGs e Movimentos Sociais, Coalizão Rios
Vivos e Ecoa (Ecologia e Ação).
Em maio, no Pantanal brasileiro, deverá ser
realizada uma reunião envolvendo Brasil,
Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia para
que seja articulado maior apoio político
a implementação do sistema Paraguai-Paraná.
O encontro também será preparatório
à próxima Conferência das Partes
da Convenção sobre Zonas Úmidas,
em novembro, na África.
Informe
A Secretaria de Biodiversidade
e Florestas do MMA deverá finalizar o chamado
Informe Nacional, uma avaliação do
nível de implementação da Convenção
sobre Zonas Úmidas no Brasil, até
o fim de fevereiro. O documento trará ações
em curso no país para a preservação
e a recuperação de mangues, lagos,
lagoas, banhados, brejos e pântanos, por exemplo.
O documento deve ser elaborado pelos signatários
da Convenção a cada três anos,
e também será apresentado na Conferência
das Partes.
Algumas das ações do governo brasileiro,
desde 2001, são a designação
da Reserva Particular do Patrimônio Natural
(RPPN) Sesc/Pantanal como Sítio Ramsar e
a criação do Comitê Nacional
de Zonas Úmidas, formado por representantes
de diversos setores governamentais e da sociedade
civil.
A Convenção tem como objetivo promover,
por meio de ações nacionais e com
cooperação internacional, a conservação
e o uso sustentável das zonas úmidas,
e já foi adotado por 140 países. O
Brasil ratificou a Convenção em setembro
de 1993 e é considerado o quarto maior detentor
de zonas úmidas, com oito sítios somando
cerca de 6,5 milhões de hectares nos estados
do Amazonas, Maranhão, Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul, Tocantins e Rio Grande do Sul.
O Pantanal é uma das maiores áreas
alagadas do mundo, e foi decretado Patrimônio
Nacional, com a Constituição de 1988,
e Patrimônio da Humanidade e Reserva da biosfera,
pelas Nações Unidas, em 2000. Trata-se
de uma região frágil e de importância
extrema para a sobrevivência de inúmeras
espécies animais e vegetais, além
de garantir a permanência de culturas tradicionais
e atividades econômicas como agricultura e
pecuária. "O Pantanal também
é uma fábrica de água limpa",
disse Elias Peña, da organização
Amigos da Terra do Paraguai.
Organizações não-governamentais
que atuam na região asseguram que a atividade
turística seria capaz de gerar mais empregos
e desenvolvimento para a população
local do que empreendimentos tradicionais, que exigiriam
mão-de-obra especializada, conhecimento técnico
e capacitação.
Fonte: MMA – Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom