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INSTRUTORES
DOS EUA ENSINAM POLICIAIS FEDERAIS A COMBATER
CRIME AMBIENTAL
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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10/02/2005 - Instrutores
do Serviço de Pesca e Vida Selvagem (U.S.
Fish and Wildlife Service), trazidos pela Embaixada
dos Estados Unidos, darão curso intensivo
de duas semanas em Brasília, a partir de
segunda-feira (14), a 30 policiais federais escolhidos
entre as 27 superintendências estaduais. Os
brasileiros aprenderão técnicas de
vigilância, incluindo procura de documentação
em sítios da Internet para a condução
de uma investigação internacional.
Ao apresentar os instrutores norte-americanos à
imprensa, o chefe da Divisão de Repressão
a Crimes contra o Meio-Ambiente da Polícia
Federal, delegado Jorge Barbosa Pontes, destacou
que o curso é uma das primeiras iniciativas
para que, segundo ele, 2005 seja o "ano da
repressão ao crime ambiental no Brasil".
E lembrou que esse tipo de crime, por se movimentar
em torno de um grande lucro em todo o mundo, "merece
receber um tratamento repressivo à altura".
O chefe da delegação de instrutores,
Rick Giovengo, disse que cursos semelhantes são
levados a países como África do Sul,
Tanzânia, Rússia e Tailândia,
entre outros. E que a biopirataria, por se tratar
de "um assunto novo", não será
debatida nessas duas semanas. Giovengo garantiu
que nos Estados Unidos a comunidade científica
trabalha ao lado da polícia nesse tipo de
repressão, o que "aumenta muito a capacidade
de trabalho". Ele lembrou ainda a importância
da cooperação, porque o Brasil "é
um grande fornecedor e os Estados Unidos, receptores".
Entre as ações destacadas pelo delegado
federal estão o uso de cães farejadores
nos aeroportos internacionais, uma aproximação
com a comunidade científica, a contratação
de peritos especializados, a cooperação
internacional e a luta por mudança na lei
atual. Segundo Jorge Pontes, "o tráfico
de animal silvestre não tem hoje no Brasil
uma reprimenda legal efetiva". Ele se queixou
que "reprimir o crime ambiental no Brasil é
como trocar pneu de um carro andando".
E comentou que "os criminosos estão
interessados não no animal silvestre, mas
na química deles, o que dificulta o flagrante,
sem contar que a biopirataria não está
prevista na lei brasileira".
O delegado informou ainda que a Polícia Federal
não pretende incomodar os "ribeirinhos"
na Amazônia, de onde é traficado o
maior número de produtos ambientais. "O
ribeirinho precisa de educação, apoio
e orientação. A repressão deve
atingir o intermediário, um criminoso que
lucra muito com essa tarefa, a terceira mais rendosa
do mundo, desvia riquezas e deixa impurezas, como
a malária, que leva milhares de pessoas aos
hospitais".
Na parte prática do Curso de Combate aos
Crimes Ambientais serão apresentados equipamentos
de vigilância, videos de operações
encobertas e formas de prisão. Na teórica,
serão debatidos casos de inteligência,
legislação ambiental, proteção
de espécies em extinção e aspectos
do contrabando, entre outros.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Eduardo Mamcasz